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Imagem: Jean-Baptiste Debret.
Base John Monteiro
Exibindo 21 a 30 de 53
BANDEIRA, Júlio. Canibais no Paraíso: a França Antártica e o imaginário europeu quinhentista. Rio de Janeiro: Mar de Ideias, 2006, 200p . . O autor reúne uma quantidade expressiva de materiais textuais e iconográficos que refletem a dimensão atlântica das relações entre franceses e índios durante o século XVI. O livro é voltado para um público não especializado, porém a edição é muito bem feita e as imagens são evocativas e provocadoras, sobretudo à medida que permitem comparações entre as representações dos ameríndios com as de outros povos. No final do livro há uma tradução do texto para o francês . (John Monteiro). |
FONTANA, Riccardo. A Amazônia de Ermano Stradelli. Brasília: Secretaria de Cultura do Estado de Amazonas, 2006, 92p + mapas fora do texto. . O pequeno estudo fornece algumas informações sobre a vida e viagens do explorador italiano Ermano Stradelli (1852-1926), que deixou uma obra interessante de estudos etnográficos e geográficos sobre a Amazônia. O livro traz reproduções de baixa qualidade de uma excelente série de fotos feitas na Amazônia entre 1887 e 1889 (com várias fotos de índios de diferentes localidades), bem como uma reprodução das inscrições rupestres do alto rio Negro, do livro Iscrizioini Indigene della regione dell’Uaupès, publicado em Roma em 1900. O livro inclui um encarte com dois mapas feitos por Stradelli, um do rio Uaupés (1891) e outro do estado do Amazonas (1901) . (John Monteiro). |
BONILLA, Heraclio - org. Os Conquistados: 1492 e a população indígena das Américas. São Paulo: Hucitec, 2006, 426p . . Trad. Magda Lopes. Resultado de um simpósio realizado em 1992 no Equador, esta coletânea inclui vários estudos sobre a história dos índios nas Américas, inclusive de autores pouco traduzidos para o português, como Steve Stern, Enrique Florescano, Heraclio Bonilla, Roberto Choque, Manuel Burga, Henrique Urbano e R. Tom Zuidema, entre outros, abordando temas ligados ao impacto e aos sentidos da conquista. A América Portuguesa aparece apenas marginalmente, através de um extrato d’O Escravismo Colonial, de Jacob Gorender . (John Monteiro). |
MONTEIRO, John. Labor Systems, 1492-1850. Cambridge: Cambridge University Press, 2006, 80p . Acessível em: https://plutao.ifch.unicamp.br/ihb/estudos/Labor1492-1850.pdf. Capítulo para a "Cambridge Economic History of Latin America". Editado por John H. Coatsworth, Roberto Cortés-Conde e Victor Bulmer-Thomas . (John Monteiro). |
LANGFUR, Hal. The Forbidden Lands: Colonial Identity, Frontier Violence, and the Persistence of Brazil’s Eastern Indians, 1750-1830. Stanford: Stanford University Press, 2006, 408p . . Fruto de uma extensa pesquisa que garimpou arquivos e bibliotecas portugueses, brasileiros e norte-americanos, este livro constitui um denso estudo da história de “uma fronteira esquecida”, das “terras proibidas” situadas na faixa oriental de Minas Gerais. Ensejada pelo declínio da produção aurífera, esta “expansão para o leste” envolveu uma complexa trama de “relações sociais, culturais e raciais”, na qual os confrontos entre interesses coloniais (privados e públicos) e os “índios do leste” (isto é, Botocudos) proporcionam o fio principal da narrativa. Além de introduzir informações de uma enorme quantidade de documentos inéditos, o livro traz uma discussão instigante e inovadora das dimensões geográfica e historiográfica da noção de “fronteira” . (John Monteiro). |
CALAVIA SÁEZ, Oscar. O Nome e o Tempo dos Yaminawa: etnologia e história dos Yaminawa do rio Acre. São Paulo: Editora Unesp; Instituto Socioambiental; NuTI, 2006, 479p . . Estruturado em três partes, este livro oferece uma abordagem inovadora da história indígena, com foco num grupo de língua pano que veio a ser chamado de Yaminawa. A primeira parte apresenta uma etnografia do grupo, cuja “função essencial é definir o sujeito da história descrito nos capítulos seguintes, sua estrutura interna e as fronteiras do grupo”. O autor descreve a segunda parte como “uma tentativa de crônica”, lançando mão de fontes históricas, etnografias antigas (com destaque para Capistrano de Abreu e Constant Tastevin), etnografias recentes, relatos orais e cantos indígenas. Esta parte enfoca de maneira instigante a história dos índios como um campo em disputa, inclusive tecendo uma crítica à reiteração de uma história de perdas, que se contrasta com uma abordagem que entende a história como parte de um processo constante de produção da cultura e da identidade. Esta parte encerra com uma análise fascinante dos mitos que tematizam o Inca, servindo de ponte para a terceira e última seção, que apresenta uma rica análise da mitologia dos Yaminawa, oferecendo ainda a transcrição de 70 relatos míticos em anexo . (John Monteiro). |
SILVA, Joana A. Fernandes - org. Estudos sobre os Chiquitanos no Brasil e na Bolívia: história, língua, cultura e territorialidade. Goiânia: Editora da UCG, 2008, 317p . . Excelente coletânea (a despeito de pequenos deslizes editoriais), oferecendo um olhar pluridisciplinar sobre um povo indígena que apresenta desafios consideráveis pela sua mobilidade entre fronteiras transnacionais, linguísticas e territoriais. Com referência à história indígena, são de especial interesse os textos de Leny Caselli Anzai sobre a relação entre as missões chiquitanas e a Capitania de Mato Grosso, de José Eduardo F. M. da Costa sobre a formação do território chiquitano, Roberto Tomichá Charupá sobre o processo de formação sociocultural do povo chiquitano no contexto de intensos conflitos e aproximações multiétnicas no Oriente boliviano (séculos XVI-XVIII) e uma revisão bibliográfica de Giovani José da Silva . (John Monteiro). |
AZEVEDO, João Lucio de. História de Antônio Vieira. São Paulo: Alameda, 2008, 492p . . 2 vols. Publicada originalmente em 1918, a reedição desta importante biografia de Vieira reproduz o texto da segunda edição revista de 1931. Dividida em capítulos cronológicos e temáticos, a biografia faz frequentes referências ao envolvimento de Vieira com os índios e com a política indigenista. É de especial interesse para a história dos índios o alentado capítulo “O Missionário, 1651-1661”, dando conta das viagens pelos rios da Amazônia e das disputas com os colonos em torno do cativeiro dos índios. O livro inclui apêndices documentais com vários documentos referentes aos índios . (John Monteiro). |
ANDRELLO, Geraldo. Cidade do Índio: transformações e cotidiano em Iauaretê. São Paulo: Editora Unesp; Instituto Socioambiental; NuTI, 2006, 447p . . Estudo tão instigante quanto inovador, Cidade do Índio apresenta uma história e uma etnografia de uma “cidade indígena” no noroeste da Amazônia. De complexa feição pluriétnica (Tukano, Arapasso, Desana, Tariano, Pira-Tapuia e outros), Iauaretê propõe um desafio teórico para a tradição etnográfica focada geralmente num povo e numa aldeia. Como parte deste desafio, o autor realiza uma leitura diferenciada de fontes históricas, analisadas à luz dos materiais etnográficos coletados em campo (na cidade). Mas o autor também considera o “tom histórico” das narrativas indígenas, que pautam suas avaliações de situações atuais à luz de uma referência ao modo de vida dos antigos. Mais do que isso, segundo o autor, “os sentidos atribuídos pelos índios às transformações contemporâneas relacionam-se nitidamente a uma longa história de contato com a chamada sociedade nacional” (p. 18). De especial interesse para a história indígena é o capítulo 2, que realiza uma admirável síntese de vários séculos de história . (John Monteiro). |
ANDRADE, Ugo Maia. Memória e Diferença: os Tumbalalá e as redes de trocas no submédio São Francisco. São Paulo: Humanitas, 2008, 391p . . A partir de uma pesquisa etnográfica e documental, o autor ambienta a discussão da etnogênese tumbalalá em redes de relações interétnicas e interindígenas, redes essas que se constituem e se transformam no tempo e na memória. O livro inclui um capítulo muito bom sobre o processo de ocupação colonial do sertão do São Francisco e as implicações deste processo para a configuração de identidades indígenas. Mostra que a emergência étnica é longe de ser uma invenção recente e oportunista, antes está articulada a mudanças no quadro de relações historicamente profundas . (John Monteiro). |