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Imagem: Jean-Baptiste Debret.

Base John Monteiro

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SILVA, Joana A. Fernandes - org. Estudos sobre os Chiquitanos no Brasil e na Bolívia: história, língua, cultura e territorialidade. Goiânia: Editora da UCG, 2008, 317p . . Excelente coletânea (a despeito de pequenos deslizes editoriais), oferecendo um olhar pluridisciplinar sobre um povo indígena que apresenta desafios consideráveis pela sua mobilidade entre fronteiras transnacionais, linguísticas e territoriais. Com referência à história indígena, são de especial interesse os textos de Leny Caselli Anzai sobre a relação entre as missões chiquitanas e a Capitania de Mato Grosso, de José Eduardo F. M. da Costa sobre a formação do território chiquitano, Roberto Tomichá Charupá sobre o processo de formação sociocultural do povo chiquitano no contexto de intensos conflitos e aproximações multiétnicas no Oriente boliviano (séculos XVI-XVIII) e uma revisão bibliográfica de Giovani José da Silva . (John Monteiro).
AZEVEDO, João Lucio de. História de Antônio Vieira. São Paulo: Alameda, 2008, 492p . . 2 vols. Publicada originalmente em 1918, a reedição desta importante biografia de Vieira reproduz o texto da segunda edição revista de 1931. Dividida em capítulos cronológicos e temáticos, a biografia faz frequentes referências ao envolvimento de Vieira com os índios e com a política indigenista. É de especial interesse para a história dos índios o alentado capítulo “O Missionário, 1651-1661”, dando conta das viagens pelos rios da Amazônia e das disputas com os colonos em torno do cativeiro dos índios. O livro inclui apêndices documentais com vários documentos referentes aos índios . (John Monteiro).
ANDRADE, Ugo Maia. Memória e Diferença: os Tumbalalá e as redes de trocas no submédio São Francisco. São Paulo: Humanitas, 2008, 391p . . A partir de uma pesquisa etnográfica e documental, o autor ambienta a discussão da etnogênese tumbalalá em redes de relações interétnicas e interindígenas, redes essas que se constituem e se transformam no tempo e na memória. O livro inclui um capítulo muito bom sobre o processo de ocupação colonial do sertão do São Francisco e as implicações deste processo para a configuração de identidades indígenas. Mostra que a emergência étnica é longe de ser uma invenção recente e oportunista, antes está articulada a mudanças no quadro de relações historicamente profundas . (John Monteiro).
VIDAL, Laurent. Mazagão: a cidade que atravessou o Atlântico. São Paulo: Martins, 2008, 294p . . Tradução Marcos Marcionilo. A partir de uma pesquisa minuciosa em arquivos portugueses e brasileiros, o autor narra a fascinante trajetória dos 2.000 habitantes que foram forçados a abandonar a fortaleza de Mazagão, no litoral marroquino, em 1769, retomando a vida pouco depois no outro lado do Atlântico, na Nova Mazagão, situada na boca do Rio Amazonas. O capítulo 4 introduz um material muito interessante sobre os “construtores de Nova Mazagão”, em sua maioria artesãos e trabalhadores braçais oriundos das vilas indígenas do Pará . (John Monteiro).
AMANTINO, Marcia. O Mundo das Feras: os moradores do sertão oeste de Minas Gerais – século XVIII. São Paulo: Annablume, 2008, 262p . . Trata-se da tese de doutoramento da autora, que aborda os sertões de Minas colonial, com enfoque interessante sobre as populações indígenas e quilombolas. A pesquisa é bastante original e explora uma documentação manuscrita em acervos mineiros e cariocas. Inclui uma discussão muito interessante das relações entre comunidades indígenas e quilombolas, sugerindo de forma instigante que “as estruturas quilombolas se assemelhavam às organizações espaciais de aldeias indígenas” . (John Monteiro).
HEMMING, John. Tree of Rivers: the story of the Amazon. Londres: Thames and Hudson, 2008, 368p . . Tomando a história do rio como fio da narrativa, Hemming revisita os episódios e as tragédias relatadas em sua trilogia sobre os índios. De Iquitos à Ilha do Marajó, da pré-história aos projetos desenvolvimentistas, Hemming aborda a história do rio Amazonas com paixão e nostalgia, unindo décadas de estudo a uma vasta experiência como viajante. Se algumas partes evocam a sensação de déjà vu (ou, melhor, déjà lu), o livro não deixa de ser uma leitura informativa e interessante . (John Monteiro).
VAINFAS, Ronaldo. Traição: um jesuíta a serviço do Brasil holandês processado pela Inquisição. São Paulo: Companhia das Letras, 2008, 384p . . Trata-se de uma biografia do jesuíta Manoel de Morais. Nascido em São Paulo, descendente de índios pelo lado paterno, este personagem fascinante seguiu uma trajetória singular, permitindo ao biógrafo explorar a inconstância das lealdades e a volatilidade das identidades no Atlântico seiscentista. No que diz respeito aos índios, o autor destaca dois aspectos importantes. Primeiro, Manoel de Morais teve um papel significativo no comando de um contingente indígena, não apenas enquanto missionário como sobretudo na rearticulação das alianças com a conquista holandesa de Pernambuco. Segundo, serviu de assessor para a Companhia das Índias ao informar sobre as populações nativas e sobre a língua geral. Deslocado para a Holanda já em 1635, redigiu uma “História do Brasil” (hoje perdida porém conhecida através de outros autores) e um dicionário de nomes e verbos na língua brasiliense, o qual foi incluído na Historia Naturalis Brasiliae de Piso e Marcgrave . (John Monteiro).
TREECE, David. Exilados, Aliados, Rebeldes: o movimento indianista, a política indigenista e o estado-nação imperial. São Paulo: Edusp/Nankin, 2008, 352p . . Estudo inovador e de fôlego que situa o indianismo no contexto político e ideológico do seu tempo ao invés de considerá-lo uma mera abstração romântica, descolada dos problemas contemporâneos. O autor destaca o paradoxo entre o investimento de escritores, artistas e intelectuais numa “mitologia integracionista” e a história de “um processo destrutivo de prorporções genocidas”, paradoxo esse que chega a novas alturas no meio do século XIX, com a disjunção entre o indianismo (com inflexões diferentes, como aponta o autor) e a política indigenista imperial. Publicado originalmente em inglês em 2000, a edição brasileira traz alguns pequenos problemas de tradução . (John Monteiro).
ROCHA, Leandro Mendes; BAINES, Stephen - orgs. Fronteiras e Espaços Interculturais: transnacionalidade, etnicidade e identidade em regiões de fronteira. Goiânia: Ed. UCG, 2008, 117p . . Nesta coletânea de seis textos de seminário tematizando fronteiras internacionais multi-étnicas, destaca-se o estudo de Giovani José da Silva sobre a história e etnicidade dos Kinikinau de Mato Grosso do Sul . (John Monteiro).
CHAMORRO, Graciela. Terra Madura Yvy Araguyje: fundamento da palavra guarani. Dourados: Editora UFGD, 2008, 368p . . Dedicado aos acadêmicos e acadêmicas guarani e kaiowá da Universidade Federal da Grande Dourados, o livro apresenta um amplo painel interpretativo da religião e religiosidade guarani. Afirma que os grupos guarani “não podem ser tomados como exemplo de um ‘cristianismo ameríndio’, mas sim contados entre as populações aborígines que mantêm uma relação marginal, embora cordial, com o cristianismo”. Para tanto, a autora conta com uma densa pesquisa documental, uma interlocução com narradores guarani e com sua própria experiência com a espiritualidade guarani ao longo dos anos . (John Monteiro).