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Imagem: Jean-Baptiste Debret.

Base John Monteiro

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VAINFAS, Ronaldo - coord. Dicionário do Brasil Imperial (1822-1889). Rio de Janeiro: Objetiva, 2002, 752p . . Este dicionário dá relativamente pouco destaque para a temática indígena, com alguma cobertura do indianismo e um verbete sobre o "Indigenismo". Alguns verbetes biográficos contêm informações esparsas: José Vieira Couto de Magalhães, José Bonifácio de Andrada e Silva, entre outros. Fica patente, no entanto, a ausência dos índios "carne-e-osso" (em oposição aos índios imaginados) na pauta dos historiadores que estudam este período . (John Monteiro).
HEMMING, John. Tree of Rivers: the story of the Amazon. Londres: Thames and Hudson, 2008, 368p . . Tomando a história do rio como fio da narrativa, Hemming revisita os episódios e as tragédias relatadas em sua trilogia sobre os índios. De Iquitos à Ilha do Marajó, da pré-história aos projetos desenvolvimentistas, Hemming aborda a história do rio Amazonas com paixão e nostalgia, unindo décadas de estudo a uma vasta experiência como viajante. Se algumas partes evocam a sensação de déjà vu (ou, melhor, déjà lu), o livro não deixa de ser uma leitura informativa e interessante . (John Monteiro).
AGUILAR, Nelson - org. Artes Indígenas. São Paulo: Brasil Connects, 2002, 215p . . Catálogo da exposição realizada no interior da Mostra do Redescobrimento, o livro oferece belas reproduções de objetos de cultura material de vários povos, presente e passado. Edição bilíngue português-inglês . (John Monteiro).
VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo. A Inconstância da Alma Selvagem e outros ensaios de antropologia. São Paulo: Cosac & Naify, 2002, 551p . . Este livro reúne, numa edição muito bem cuidada, nove estudos e uma entrevista do etnólogo. O texto de maior interesse para a discussão em torno da história dos índios é "O Mármore e a Murta", uma releitura da documentação quinhentista informada por um saber etnológico apurado. Outros ensaios também abordam aspectos críticos dos rumos atuais da etnologia sul-americana, os quais abrangem problemas de arqueologia e história indígena . (John Monteiro).
TREECE, David. Exilados, Aliados, Rebeldes: o movimento indianista, a política indigenista e o estado-nação imperial. São Paulo: Edusp/Nankin, 2008, 352p . . Estudo inovador e de fôlego que situa o indianismo no contexto político e ideológico do seu tempo ao invés de considerá-lo uma mera abstração romântica, descolada dos problemas contemporâneos. O autor destaca o paradoxo entre o investimento de escritores, artistas e intelectuais numa “mitologia integracionista” e a história de “um processo destrutivo de prorporções genocidas”, paradoxo esse que chega a novas alturas no meio do século XIX, com a disjunção entre o indianismo (com inflexões diferentes, como aponta o autor) e a política indigenista imperial. Publicado originalmente em inglês em 2000, a edição brasileira traz alguns pequenos problemas de tradução . (John Monteiro).
PIRES, Maria Idalina da Cruz. "A Guerra dos Bárbaros": resistência indígena e conflitos no Nordeste colonial. Recife: Editora da UFPE, 2002, 154p . . Publicado originalmente em 1990, este livro constitui um dos primeiros esforços em compreender o conjunto de conflitos que marcaram a história do sertão nordestino no final do século XVII a partir de uma perspectiva da história dos índios. Fruto de uma extensa pesquisa em documentos inéditos em arquivos portugueses, o estudo coloca em primeiro plano a resistência dos índios frente à expansão colonial, porém também demonstra que o conflito envolvia uma complexa interação de interesses coloniais, muitas vezes em dissonância . (John Monteiro).
MOURA, Marlene Castro Ossami de. Os Tapuios do Carretão: etnogênese de um grupo indígena do Estado de Goiás. Goiânia: Editora da UCG, 2008, 368p . . Fruto de uma ampla pesquisa documental, historiográfica e etnográfica, este livro busca entender a etnogênese do grupo indígena denominado Tapuio, residente na Área Indígena Carretão. Ao buscar as raízes coloniais de um processo de etnificação envolvendo a fusão de quatro grupos distintos (Xavante, Xerente, Kaiapó e Javaé), a autora trabalha de maneira interessante o jogo político entre os processos históricos de “invisibilização” e “visibilização”. Dentre outros temas, é de especial interesse o trabalho realizado a partir de registros paroquiais do século XIX, mostrando diferentes inflexões nos casamentos interétnicos. Em anexo encontram-se exemplos destes documentos, além de mapas, plantas e fotografias . (John Monteiro).
STADEN, Hans. Hans Staden’s True History: an account of cannibal captivity in Brazil. Durham: Duke University Press, 2008, 208p . . Organizado e traduzido por Neil Whitehead e Michael Harbsmeier. Trata-se de uma nova tradução e edição crítica em inglês do livro de Staden, acompanhado por um denso estudo introdutório do antropólogo Neil Whitehead. A introdução chama a atenção para a necessidade de rever o relato de Staden dentro do emergente contexto colonial no qual foi produzido. Mas também enfoca de maneira pertinente a importância do texto de Staden para os debates etnológicos e literários que atravessaram o século XX, com especial ênfase no problema da antropofagia. Ao dialogar com uma vasta bibliografia sobre relatos de viagem e observação etnográfica, Whitehead revaloriza o estatuto de Staden enquanto observador, cuja experiência de náufrago e cativo colocaram-no numa posição privilegiada para conhecer os índios . (John Monteiro).
FAULHABER, Priscila; MONSERRAT, Ruth - orgs. Tastevin e a Etnografia Indígena. Rio de Janeiro: Museu do Índio-FUNAI, 2008, 213p . . Trata-se de uma coletânea de textos do missionário-etnógrafo Constant Tastevin (1880-1958), escritos durante a sua estada no Brasil entre 1905 e 1926 e publicados sobretudo em francês. Os textos escolhidos pelas organizadoras foram produzidos em Tefé, no Estado do Amazonas, e incluem informações históricas, arqueológicas, linguísticas e etnográficas a respeito de populações indígenas e caboclas na região do Solimões e seus afluentes. Os textos incluem notas de doze especialistas em línguas, cultura material, zoologia, geografia, história e etnologia, esclarecendo e enriquecendo a leitura do padre Tastevin, autor conhecido entre os estudiosos da Amazônia ocidental porém pouco traduzido anteriormente . (John Monteiro).
DEVREUX, Yves. Viagem ao Norte do Brasil Feita nos Anos de 1613 a 1614. São Paulo: Editora Siciliano, 2002, 436p . . Trad. César Augusto Marques. Reedição da tradução publicada em 1874, acrescida de algumas notas de Sebastião Moreira Duarte, basicamente corrigindo deslizes na tradução de Marques. Apesar do título atribuído no século XIX, não se trata de um relato de viagem e sim de dois tratados sobre o Maranhão, o primeiro descrevendo os costumes dos Tupinambás e o segundo descrevendo a missão. Talvez o aspecto mais interessante destes textos resida na reprodução de relatos e discursos indígenas, apresentados na forma de diálogos ("conferências", na tradução). Também é importante a reprodução de um fragmento da Doutrina Cristã, cotejando a "língua dos Tupinambás" com o francês numa tradução interlinear . (John Monteiro).