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Imagem: Jean-Baptiste Debret.
Base John Monteiro
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RAMOS, Alcida Rita. Indigenism: ethnic politics in Brazil. Madison: University of Wisconsin Press, 1998, 326p . . A autora reúne importantes ensaios e estudos sobre o indigenismo no Brasil, a maioria dos quais publicados em português em diferentes revistas e coletâneas. Escritos num estilo polemizante, os textos esmiúçam as diferentes facetas do indigenismo, recorrendo aos precursores históricos em vários pontos. O aspecto mais interessante deste livro reside no confronto entre as representações do índio construídas em consonância com as diferentes ideias sobre a nação brasileira e as estratégias de autorepresentação mobilizadas por atores indígenas em defesa de seus direitos e interesses . (John Monteiro). |
HUE, Sheila Moura. Delícias do Descobrimento: a gastronomia brasileira no século XVI. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2008, 207p . . Com a colaboração de Ângelo Augusto dos Santos e Ronaldo Menegaz. A partir de uma leitura pormenorizada de textos escritos nos séculos XVI e XVII, a autora e seus colaboradores identificam e comentam as iguarias consumidas por índios e adventícios nos primórdios do período colonial. Apresentado na forma de um catálogo de plantas (frutos, legumes e cereais), animais (mamíferos, aves, peixes, invertebrados aquáticos, répteis, anfíbios e insetos) e “outras comidas e bebidas”, o livro é interessante para a temática da história indígena à medida que demonstra o encontro de saberes e práticas alimentares, encontro que abrange não apenas a familiarização do exótico por parte dos europeus, como também a incorporação de elementos novos por parte dos índios. O livro traz algumas receitas, do Livro de Cozinha da Infanta d. Maria e da Arte de Cozinha (1765), de Domingos Rodrigues . (John Monteiro). |
SCHMALKALDEN, Caspar. Brasil Holandês: A Viagem de Caspar Schmalkalden de Amsterdã para Pernambuco no Brasil. Rio de Janeiro: Editora Index, 1998, 175p . . Dante Martins Teixeira (org.). Edição facsimilar do manuscrito (em alemão) pertencente à Forschungs und Landesbibliothek de Gotha, na Alemanha, trata-se de um documento interessantíssimo para a história dos índios durante a presença holandesa no Brasil. Pouco se sabe sobre o autor, um alemão a serviço da Companhia das Índias Ocidentais que permaneceu poucos anos no Brasil e que participou da expedição de Hendrick Brouwer para o Chile. O texto merece um estudo mais detalhado no que diz respeito aos índios. Acompanha uma série de desenhos, mapas e prospectos, alguns aquarelados, inclusive com representações de indígenas de Pernambuco e do Chile. Há um pequeno vocabulário alemão-brasiliano (tupi) que o autor levantou junto a um índio mestre-escola. Contém também um vocabulário dos índios do Chile, mas os editores nos oferecem esta pérola: “O vocabulário desta viagem ao Chile não foi traduzido por não ter maiores significados para nós em Português” (!) O segundo volume, fartamente ilustrado, trata da flora e fauna, trazendo os nomes em tupi, português e, às vezes, holandês . (John Monteiro). |
FAULHABER, Priscila. O Lago dos Espelhos: etnografia do saber sobre a fronteira em Tefé/Amazonas. Belém: Museu Paraense Emílio Goeldi, 1998, 215p . . Estudo de antropologia histórica enfocando os movimentos étnicos na região de fronteira no rio Solimões. De especial interesse são as partes sobre a configuração das fronteiras no século XIX e início do século XX e sua relação com os povos indígenas locais. Há também um instigante estudo sobre a constituição dos estudos etnológicos no início do século XX, mostrando a relação entre as atividades missionárias e científicas de uma das principais fontes sobre a região, o padre C. Tastevin . (John Monteiro). |
WRIGHT, Robin. Cosmos, Self, and History in Baniwa Religion: for those unborn. Austin: University of Texas Press, 1998, 314p . . Trata-se de uma etnografia da religião Baniwa, trazendo uma importante contribuição para a discussão em torno da relação entre mito e história. Wright explora o lugar da cosmogonia e da escatologia na articulação dos eventos e dos processos que marcaram a história dos Baniwa, com destaque para os movimentos proféticos. O autor lança mão de uma documentação interessante, porém as principais fontes históricas são os depoimentos e narrativas dos índios . (John Monteiro). |
HEMMING, John. Tree of Rivers: the story of the Amazon. Londres: Thames and Hudson, 2008, 368p . . Tomando a história do rio como fio da narrativa, Hemming revisita os episódios e as tragédias relatadas em sua trilogia sobre os índios. De Iquitos à Ilha do Marajó, da pré-história aos projetos desenvolvimentistas, Hemming aborda a história do rio Amazonas com paixão e nostalgia, unindo décadas de estudo a uma vasta experiência como viajante. Se algumas partes evocam a sensação de déjà vu (ou, melhor, déjà lu), o livro não deixa de ser uma leitura informativa e interessante . (John Monteiro). |
ALMEIDA, Rita Heloisa de. O Diretório Pombalino. Brasília: Editora da UnB, 1998, 370p . . Estudo bastante detalhado da legislação pombalina e suas implicações para os povos indígenas da Amazônia na segunda metade do século XVIII. É importante a discussão sobre o conceito de civilização que serviu de base para a política indigenista neste período, bem como a contextualização desta política no plano mais amplo do império português. Reproduz, em facsímile, o Diretório dos Índios de 1757 . (John Monteiro). |
GRUPIONI, Luís Donisete Benzi. Coleções e Expedições Vigiadas: Os etnólogos no Conselho de Fiscalização das Expedições Artísticas e Científicas no Brasil. São Paulo: Hucitec/Anpocs, 1998, 341p . . Ao estudar o Conselho de Fiscalização, o autor demonstra a intrincada relação entre a ciência e o nacionalismo no Brasil durante o Estado Novo, mostrando também a importância do colecionismo de artefatos para museus (sobretudo na Europa) como móvel do contato com populações indígenas. O autor trabalha com os dossiês sobre C. Nimuendaju, Claude Lévi-Strauss e outros etnólogos estrangeiros. Vencedor do Prêmio da Anpocs em 1997, o livro inclui um dossiê de fotos e uma listagem de fontes arquivados no MAST no Rio de Janeiro . (John Monteiro). |
OLIVEIRA JR, Gerson Augusto de. Torém: brincadeira dos índios velhos. São Paulo: Annablume, 1998, 126p . . Ao analisar a importância da dança do torém como instrumento de afirmação étnica entre os Tremembé de Almofala (Ceará), o autor inclui um levantamento dos registros feitos por observadores no passado e por folcloristas. Lançando mão de depoimentos dos índios e de relatórios antropológicos, também documenta o processo de luta pelo reconhecimento oficial ao longo dos anos de 1980 . (John Monteiro). |
TREECE, David. Exilados, Aliados, Rebeldes: o movimento indianista, a política indigenista e o estado-nação imperial. São Paulo: Edusp/Nankin, 2008, 352p . . Estudo inovador e de fôlego que situa o indianismo no contexto político e ideológico do seu tempo ao invés de considerá-lo uma mera abstração romântica, descolada dos problemas contemporâneos. O autor destaca o paradoxo entre o investimento de escritores, artistas e intelectuais numa “mitologia integracionista” e a história de “um processo destrutivo de prorporções genocidas”, paradoxo esse que chega a novas alturas no meio do século XIX, com a disjunção entre o indianismo (com inflexões diferentes, como aponta o autor) e a política indigenista imperial. Publicado originalmente em inglês em 2000, a edição brasileira traz alguns pequenos problemas de tradução . (John Monteiro). |