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Imagem: Jean-Baptiste Debret.
Base John Monteiro
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GOMES, Mércio Pereira. O Índio na História: o povo Tenetehara em busca da liberdade. Petrópolis: Editora Vozes, 2002, 631p . . O autor alia uma extensa pesquisa documental a sua longa experiência como etnógrafo e indigenista para produzir um detalhadíssimo relato das relações entre os Tenetehara do Maranhão e os brancos, desde o contato inicial com os franceses no início do século XVII aos dias de hoje. Conforme alerta o próprio autor, o livro está escrito em vários registros distintos, passando pela teoria antropológica ("ontosistêmica"), pela história do contato, pela "economia igualitarista", pela demografia e pela filosofia. A parte sobre a história é organizada pela sequência das principais instituições da política indigenista, com uma concentração maior no período do SPI. No mais, destacam-se a abordagem da rebelião de Alto Alegre (1901) e o capítulo sobre a demografia histórica. Presente de maneira indireta ao longo do livro, a voz dos índios aparece de maneira explícita num capítulo curto com a transcrição de alguns depoimentos . (John Monteiro). |
GRÜNEWALD, Rodrigo de Azeredo. Os Índios do Descobrimento: tradição e turismo. Rio de Janeiro: Contra Capa, 2001, 224p . . Fruto de uma densa pesquisa etnográfica realizada às vésperas das "comemorações" do quinto centenário, este estudo problematiza a postura dos Pataxó do sul da Bahia ao assumirem o papel de "índios do descobrimento" no sítio histórico dos primeiros contatos de 1500. Lançando mão de uma antropologia histórica em diálogo com os "estudos pós-coloniais", o autor demonstra o quanto a história dos índios se complica à medida que os índios apresentem versões próprias dessa história no contexto da negociação de identidades. Outra contribuição importante deste estudo reside no enfoque sobre o turismo étnico, outra arena na qual se mobiliza discussões em torno das tradições que, neste caso, segundo o autor, estão vinculadas tanto a manifestações culturais essencializadas (danças, artesanato, língua) quanto a uma narrativa histórica que remete ao descobrimento do Brasil . (John Monteiro). |
PATAXÓ, Katão. Trioká Hakão Pataxi: Caminhando pela História Pataxó. Salvador: Gráfica Santa Helena, 2001, 75p . . O autor relata a história dos índios desde a chegada dos portugueses aos dias de hoje, enfocando particularmente o povo Pataxó do sul da Bahia. Inclui algumas lendas e um vocabulário . (John Monteiro). |
TASSINARI, Antonella Maria Imperatriz. No Bom da Festa: o processo de construção cultural das famílias Karipuna do Amapá. São Paulo: Edusp, 2003, 413p . . Essencialmente uma etnografia dos Karipuna, este livro inclui uma problematização da história indígena, em dois sentidos: primeiro, na utilização de "dados históricos" sobre a região do Uaçá para mostrar como a dinâmica das relações interétnicas forneceu as condições para a configuração de identidades étnicas e para a manutenção de uma relativa autonomia dos povos indígenas; segundo, na utilização de histórias de vida e testemunhos indígenas para compreender como os Karipuna construíram concepções acerca da categoria de "misturados", a qual caracteriza a sua singularidade. O livro é muito bem ilustrado, não apenas com fotografias etnográficas contemporâneas mas também com algumas imagens antigas, inclusive do livro de viagem de Jean Mocquet (1617), com uma ilustração de mulheres Karipuna . (John Monteiro). |
VEIGA, Juracilda. Aspectos Fundamentais da Cultura Kaingang. Campinas: Curt Nimuendajú, 2006, 256p + CD. . Apresentado inicialmente na forma de dissertação de mestrado na Unicamp, este livro oferece um amplo estudo que, segundo o prefácio de Vanessa Lea, efetivamente coloca os Kaingang “no mapa etnográfico dos povos Jê”. O enfoque de fato é etnográfico porém o livro também traz informações históricas dos séculos XIX e XX, sobretudo em referência às aldeias do Xapecó. O CD inclui tabelas genealógicas de famílias Kaingang de Xapecó . (John Monteiro). |
WARREN, Jonathan W. Racial Revolutions: antiracism and Indian resurgence in Brazil. Durham: Duke University Press, 2001, 364p . . Baseado sobretudo em entrevistas aplicadas entre informantes indígenas e não-indígenas, este livro busca problematizar o processo de "reemergência étnica" entre populações de "índios pós-tradicionais" da "região leste", o que corresponde sobretudo a Minas Gerais, Espírito Santo e Sul da Bahia. A questão da história está presente em várias dimensões, sobretudo na discussão da construção de imagens e de critérios para a indianidade, passando pelo discurso sobre as raízes mestiças da nação e, de forma mais agressiva e polêmica, pelo "pensamento selvagem" dos antropólogos. Escrito no melhor (e pior) estilo pós-moderno, o livro traz um material para a discussão em torno dos "índios misturados", mesmo que o leitor não compartilhe a racialização da questão, tal como apresentada pelo autor . (John Monteiro). |
WILDE, Guillermo. Religión y poder en las misiones de Guaraníes. Buenos Aires: SB, 2009, 509p . . Importante contribuição à extensa bibliografia sobre os Guarani das missões durante e depois da presença jesuítica, este livro busca entender a formação de uma “comunidade política heterogênea” em suas dimensões histórica e simbólica, além de enfocar as lideranças indígenas em sua interlocução com outros setores da sociedade colonial. Baseada numa exaustiva pesquisa documental e bibliográfica, a obra transita com habilidade nas fronteiras entre a América espanhola e portuguesa, bem como entre a antropologia e a história . (John Monteiro). |
AGNOLIN, Adone. Jesuítas e Selvagens: a negociação da fé no encontro catequético-ritual americano-tupi (séc. XVI-XVII). São Paulo: Humanitas, 2007, 560p . . Partindo de uma leitura crítica dos catecismos jesuíticos, obras compostas nos séculos XVI e XVII para auxiliar na evangelização dos índios, este livro oferece ricas perspectivas sobre “situações dialógicas” que configuraram o encontro entre culturas neste período. De especial interesse para a história dos índios é a Parte III, que enfoca “Doutrina e Sacramentos” e mostra o caráter “mão dupla” do sistema de comunicação e do processo de conversão . (John Monteiro). |
ALDEN, Dauril. The Making of an Enterprise: the Society of Jesus in Portugal, its empire, and beyond, 1540-1750. Stanford: Stanford University Press, 1996, 707p . . Resultado de quase três décadas de pesquisa, o livro oferece um amplo panorama das atividades jesuíticas na esfera do padroado lusitano, da fundação da ordem à sua expulsão das dependências portuguesas. Os aspectos mais importantes do livro residem na abordagem das atividades produtivas e comerciais dos jesuítas, bem como na perspectiva interoceânica do empreendimento inaciano. No que diz respeito à temática indígena no Brasil, o autor incorpora e expande seus estudos anteriores sobre a questão da liberdade dos índios, sobre as aldeias missionárias e sobre o trabalho indígena . (John Monteiro). |
ALENCASTRO, Luiz Felipe de. O Trato dos Viventes: formação do Brasil no Atlântico Sul. São Paulo: Companhia das Letras, 2000, 525p . . Arrojada interpretação da formação do Brasil no século XVII a partir da sua inserção num sistema comercial e num circuito cultural demarcados no espaço do Atlântico Sul. No que diz respeito à temática indígena, o livro apresenta uma discussão densa e inovadora sobre a relação entre a escravidão indígena e a escravidão africana no Brasil e em Angola. Destacam-se a parte sobre epidemias enquanto fator de peso na opção pelo trabalho africano, bem como a reinscrição das guerras indígenas do século XVII no contexto mais amplo da história colonial seiscentista . (John Monteiro). |