PIÑÓN, Ana; FUNARI, Pedro Paulo A. A Temática Indígena na Escola: subsídios para os professores. São Paulo: Editora Contexto, 2011, 127p . . Destinado a “professores das escolas não indígenas”, trata-se de um livro paradidático que se mostra mais eficaz no manejo de conceitos e informações provenientes da arqueologia americanista do que dos debates atuais a respeito da história dos índios nas Américas. O livro traz uma discussão útil sobre a imagem dos índios ao longo da história, porém os índios surgem enquanto atores sociais e políticos apenas na conclusão, quando se faz uma referência rápida ao contexto da abertura política . (John Monteiro).
FERNANDES, João Azevedo. Selvagens Bebedeiras: álcool, embriaguez e contatos culturais no Brasil colonial (séculos XVI-XVII). São Paulo: Alameda, 2011, 238p . . Versão revista de uma tese de doutorado que aborda o processo de encontro intercultural a partir de um objeto sempre presente porém pouco estudado. O autor faz uma leitura minuciosa de documentos e narrativas coloniais para revelar “o papel crucial das festas e cerimônias etílicas nas sociedades indígenas”, com especial atenção às “cauinagens canibais” dos Tupinambá. Chega à conclusão de que, se os índios conseguiram impedir a introdução do vinho português enquanto “mercadoria civilizatória”, sofreram uma derrota com a repressão do cauim e das cauinagens, o que criou um “vazio etílico” que seria preenchido de maneira trágica por bebidas destiladas, como a cachaça, com efeitos danosos sobre os índios e para os planos dos evangelizadores. Mas o autor deixa para uma outra ocasião uma análise sobre as maneiras pelas quais os índios, com larga experiência com bebidas e embriaguez, se relacionaram com aquilo que de forma simplificada é pensado como uma “arma da colonização” . (John Monteiro).