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Imagem: Jean-Baptiste Debret.
Base John Monteiro
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GONÇALVES, Regina Célia. Guerras e Açúcares: política e economia na Capitania da Parayba — 1585-1630. Bauru: EDUSC, 2007, 330p . . Baseado numa extensa pesquisa documental em arquivos portugueses e brasileiros, o livro enfoca a consolidação da sociedade e economia colonial na Paraíba, durante o período entre a “guerra da conquista contra os Potiguara” e o início da presença holandesa. Nascida “às custas de sangue”, a Capitania da Paraíba foi palco de uma intensa disputa entre populações indígenas e adventícias. Sobretudo nos capítulos 1 e 2, a autora destrincha estas relações com uma análise detalhada da guerra, das alianças, do comércio entre índios e franceses, do “negócio do cativeiro de índios” e da política dos conquistadores em “limpar o terreno”, marcada tanto pelos esforços de aldeamento de aliados quanto no massacre de inimigos. O livro também mostra, de maneira bastante persuasiva, a importância da conquista e das narrativas de conquista para o surgimento de uma elite regional, cuja participação nas guerras redundou em recompensas na distribuição de terras a serem exploradas na produção açucareira . (John Monteiro). |
CABRAL, Ana Suelly Arruda Câmara; RODRIGUES, Aryon Dall’Igna - orgs. Línguas e Culturas Tupi. Brasil: Editora Curt Nimuendajú/Laboratório de Línguas Indígenas da UnB, 2007, 468p . . A coletânea reúne 30 estudos apresentados no I Encontro Internacional sobre Línguas e Culturas dos Povos Tupi, realizado em 2004 em Brasília, divididos nas categorias Antropologia, Linguística Antropológica e Linguística. Apesar do enfoque majoritariamente linguístico, alguns estudos incluem abordagens históricas e, ademais, há uma consciência a respeito do lugar dos estudos tupi na história da antropologia e da linguística . (John Monteiro). |
FAUSTO, Carlos; HECKENBERGER, Michael - orgs. Time and Memory in Indigenous Amazonia: Anthropological Perspectives. Gainesville: University Press of Florida, 2007, 322p . . Trata-se de uma excelente coletânea que reúne nove trabalhos de ponta em história indígena. Conforme elucida os organizadores em sua introdução ao volume, os estudos abordam os temas do tempo e da mudança, buscando problematizar a tensão entre as teorias sociais dos estudiosos e as acepções ameríndias dos componentes-chave destas teorias. Além das divergentes formas de entender a alteridade, os organizadores chamam a atenção para as divergências em torno das noções de ação e “agência”, uma vez que a “teoria social” ameríndia pode incluir, no leque de agentes capazes de contribuir com ações transformadoras, agentes extra-humanos ou mesmo não-humanos. Versões anteriores de alguns dos trabalhos, como o de Carlos Fausto sobre canibalismo e cristianismo entre os Guarani, de Peter Gow sobre a identidade Cocama e de Aparecida Vilaça sobre o corpo War’i foram publicados em revistas brasileiras . (John Monteiro). |
ALMEIDA, Maria Regina Celestino de. Os Índios na História do Brasil. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2010, 167p . . Coleção FGV de Bolso, 15. Partindo do pressuposto de que a historiografia brasileira, tal qual construída a partir do século XIX, “apagou a história e as identidades de inúmeros povos indígenas”, este livro busca recolocar os povos indígenas na história colonial e pós-colonial do país. Ao deslocar os índios “dos bastidores ao palco”, a autora oferece uma síntese habilíssima da recente historiografia voltada para a temática indígena e chama a atenção para o desafio que enfrenta gerações futuras, pois “há ainda muitas histórias de índios para se escrever e contar” . (John Monteiro). |
ROCHA, Jan. Haximu. São Paulo: Editora Casa Amarela, 2007, 143p . . Trata-se de um relato do episódio ocorrido em 1993, quando um grupo de garimpeiros massacraram 12 índios Yanomami na aldeia Haximu, em Roraima. Reconhecido pelo Estado como ato de genocídio, o massacre de Haximu ensejou um debate amplo sobre os direitos humanos e o problema da exploração do garimpo na Amazônia. A autora, jornalista, era correspondente da BBC na época e publicou esta reportagem pelo Latin American Bureau em Londres em 1999 com o título Murder in the Rainforest: the Yanomami, the gold miners and the Amazon . (John Monteiro). |
RESENDE, Maria Efigênia Lage de; VILLALTA, Luiz Carlos - orgs. As Minas Setecentistas. Belo Horizonte: Companhia do Tempo/Ed. Autêntica, 2007, 589p . . História de Minas Gerais. Trata-se de uma excelente e exaustiva introdução à história de Minas Gerais, reunindo estudiosos que contribuíram não apenas com sínteses da bibliografia conhecida como também introduziram pesquisas originais a partir da documentação inédita. Este volume inclui dois estudos densos sobre a presença indígena na região: de Renato Pinto Venâncio, que apresenta uma abordagem de “Minas antes de Minas”, enfocando questões de demografia e das guerras nas capitanias ao entorno daquilo que viria a ser a Minas Gerais, chegando à conclusão de que “as primeiras fronteiras mineiras não nasceram de uma decisão administrativa, mas, sim, da maior ou menor capacidade de o mundo indígena resistir ao avanço colonizador”; e de Maria Leônia Chaves de Resende, que confere uma nova e vibrante visibilidade aos índios que a historiografia mineira apagou com as entradas e bandeiras. Os índios também figuram do estudo de Liana Maria Reis sobre a criminalidade escrava, na posição ambígua entre recrutas das forças de repressão e aliados dos quilombolas que foram o objeto deste mesmo aparato repressivo . (John Monteiro). |
PI HUGARTE, Renzo. Los Indios del Uruguay. Montevidéu: Ediciones de la Banda Oriental, 2007, 242p . . Publicado originalmente na Espanha em 1993, o livro apresenta uma síntese da presença histórica de povos indígenas no território que compõe o atual Uruguai, buscando contribuir subsídios para debates contemporâneos sobre a presença indígena nesse “país sem índios”. Extravasando as fronteiras para alcançar Rio Grande do Sul, por um lado, e algumas províncias argentinas contíguas, por outro, o autor enfoca de maneira especial os Charruas e os Guarani, colocando em questão o peso relativo de cada povo para a composição da população e cultura do Uruguai moderno. As notas biobibliográficas no fim do livro, bem como a bibliografia geral, são bastante úteis para conhecer fontes e pesquisas . (John Monteiro). |
BARBOSA, Bartira Ferraz. Paranambuco: poder e herança indígena. Nordeste séculos XVI-XVII. Recife: Editora Universitária, 2007, 220p . . Baseado numa tese de doutorado em História defendida na USP, o livro busca, nas palavras da autora, “reordenar questões” atinentes à ocupação portuguesa do espaço pernambucano nos séculos XVI e XVII. Lançando mão de dados arqueológicos, fontes históricas escritas e percepções cartográficas, a autora mostra que a conquista dos espaços ameríndios constituiu um processo profundamente imbricado numa complexa trama de guerra, aliança, mestiçagem e exploração do trabalho. O livro traz informações detalhadas sobre a localização de espaços indígenas pré-coloniais e coloniais. Em anexo, a autora inclui belas reproduções de mapas coloniais e dados complementares sobre a ocupação portuguesa do território . (John Monteiro). |
COSTA, Anna Maria Ribeiro F. Moreira da. Wanintesu: um construtor do mundo Nambiquara. Recife: Editora Universitária UFPE, 2010, 612p . . Coleção Teses e Dissertações.Fruto de uma longa convivência e pesquisa em áreas indígenas, o livro aborda a história recente dos grupos Nambiquara que vivem na Chapada dos Parecis no Mato Grosso. Focado na figura do wanintesu (pajé), o estudo busca “perceber o conjunto de representações que os índios tecem sobre seu próprio passado”. Além das fontes orais, a autora também lança mão de um amplo repertório de mapas, documentos e de informações históricas e etnográficas de vários estudiosos, de Rondon e Roquette-Pinto a David Price, passando por Lévi-Strauss, Kalervo Oberg e Desidério Aytai. Inclui um glossário de termos nambiquara e um caderno de imagens com desenhos feitos por índios . (John Monteiro). |
DAHER, Andrea. O Brasil Francês: as singularidades da França Equinocial, 1612-1615. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2007, 358p . . Traduzido por Albert Stückenbruck.Publicado originalmente em francês com o título Les singularités de la France Equinoxiale em 2002, o livro aborda as relações entre franceses e índios tupinambás nos dois lados do Atlântico. Dividido entre “o mundo par delà” e o “o mundo par deçà”, o estudo apresenta uma refinada análise dos textos escritos por missionários capuchinhos, textos estes que permitem não apenas entender o sentido da missão no Maranhão como também documentar “o espetáculo da conversão dos Tupinambá na França”, um episódio singular reconstruído com maestria pela autora. O livro inclui ilustrações da época e um bom prefácio de Roger Chartier . (John Monteiro). |