Créditos Imagem Publicações Busca
Imagem: Jean-Baptiste Debret.
Base John Monteiro
Exibindo 11 a 12 de 12
MONTERO, Paula - org. Deus na Aldeia: missionários, índios e mediação cultural. São Paulo: Editora Globo, 2006, 583p . . Fruto de um projeto coletivo, este livro reúne 11 textos originais que oferecem uma leitura antropológica dos diversos aspectos do “encontro” entre missionários e índios. Vários capítulos lançam mão de documentos históricos e todos levam em consideração a dimensão histórica dos processo e eventos sob análise. Destacam-se o capítulo inicial da organizadora sobre o problema da “mediação cultural” nas abordagens antropológicas e historiográficas das relações entre missionários e “nativos”; o texto de Nicola Gasbarro trata da prática missionária ocidental à luz da história das religiões; Cristina Pompa discute a relação entre história e antropologia a partir da análise de narrativas missionárias e outros documentos históricos; Adone Agnolin avalia, através dos instrumentos de tradução dos jesuítas, a “gramática cultural, religiosa e linguística” do encontro nos espaços da doutrina e do ritual; Marta Amoroso estuda os escritos capuchinhos referentes à missão entre os Munduruku de Bacabal, no Tapajós, durante o Império; Marcos Rufino retraça o debate em torno da noção de “inculturação” na Igreja Católica e sobretudo no CIMI; Ronaldo de Almeida analisa o processo de “tradução cultural da religião evangélica”, apoiado em diferentes casos etnográficos; Artionka Capiberibe explora, ao longo de séculos, as “conversões” entre os Palikur, percorrendo o catolicismo missionário, o catolicismo “reinterpretado” e, por fim, o impacto das missões evangélicas; Aramis Luís Silva confronta dois projetos de “valorização cultural” entre os Bororo, um da iniciativa dos Salesianos, outro em parceria com uma ONG indígena; José Maurício Arruti amplia a noção de “conversão” através de seu estudo sobre o ritual do Toré no Nordeste, enfocando primeiro a atuação da Igreja Católica na década de 1970 e em seguida os passos que compõem o processo da “etnogênese”; no texto final, Melvina Araújo parte de uma descrição etnográfica da “performance ritual do Natal” numa maloca Macuxi para a análise da construção de um “código compartilhado” entre missionários e índios no que diz respeito ao que seria “tradicionalmente indígena” . (John Monteiro). |
MANIZER, H. H. Os Kaingang de São Paulo. Campinas: Curt Nimuendajú, 2006, 64p . . Trad. Juracilda Veiga. Série Etnografia e História. Publicado originalmente nos anais do 23º Congresso de Americanistas em 1930, o estudo de Manizer registra, de maneira interessante, as observações feitas no posto do SPI que abrigava um grupo Kaingang no noroeste do estado de São Paulo em dezembro de 1914 e janeiro de 1915. A despeito de Manizer ter feito este estudo a partir da convicção do “desaparecimento iminente dessa tribo”, esta edição busca, de acordo com a apresentação da tradutora, colocar o texto de Manizer finalmente “nas mãos dos Kaingang de São Paulo e dos demais Kaingang, das áreas indígenas do sul do Brasil, que certamente nele encontrarão eco de suas experiências culturais”. De fato, conforme a tradutora coloca acertadamente na apresentação, o texto de Manizer proporciona um misto de “documento histórico” e “modelo de etnografia” . (John Monteiro). |