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Imagem: Jean-Baptiste Debret.

Base John Monteiro

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CASTELNAU-L’ESTOILE, Charlotte. Operários de uma Vinha Estéril: os Jesuítas e a conversão dos índios no Brasil (1580-1620). Bauru: EDUSC, 2006, 628p . . Traduzido por Ilka Stern Cohen. Publicado originalmente em francês em 2000, trata-se de um excelente estudo do projeto e da prática de evangelização dos índios num período de reformulações na Europa e na América. A autora não pretende avaliar o impacto dessas práticas sobre os índios mas sim introduzir um olhar historico-antropológico sobre os próprios jesuítas, buscando compreender suas categorias analíticas, bem como suas experiências pessoais e religiosas. Meticulosamente pesquisado em arquivos e bibliotecas nos dois lados do Atlântico, o livro oferece ricas análises sobre a administração de aldeias, a confecção de instrumentos linguísticos, a circulação de missionários, as estratégias e ações individuais e a tarefa de escrever a experiência missionária em diferentes registros . (John Monteiro).
ERIKSON, Philippe - org. La pirogue ivre: bières traditionnelles en Amazonie. Nanterre: Laboratoire d’Ethnologie et de Sociologie Comparative/Musée Français de la Brasserie, 2006, 146p . . Preparado como catálogo para acompanhar a exposição “Cervejas Tradicionais da Amazônia”, realizada no Musée Français de la Brasserie em Saint Nicolas-de-Port, na França, o volume traz um conjunto expressivo de pequenos artigos etnográficos e etno-históricos a respeito do lugar das bebidas alcoólicas fermentadas entre os povos indígenas da América do Sul contemporânea. Não podiam faltar, é claro, amplas referências e um estudo mais pontual (de Renato Sztutman) de fontes sobre os Tupinambá dos séculos XVI e XVII. Além de fotografias e ilustrações etnográficas, o livro inclui um breve anexo com trechos de materiais históricos, de Staden, Thevet e Léry a Crevaux, Nordenskiold e Métraux. O livro fecha com um conjunto de receitas – sem a advertência de não tentar fazer em casa – reunidas por pesquisadores em vários momentos diferentes . (John Monteiro).
LANGFUR, Hal. The Forbidden Lands: Colonial Identity, Frontier Violence, and the Persistence of Brazil’s Eastern Indians, 1750-1830. Stanford: Stanford University Press, 2006, 408p . . Fruto de uma extensa pesquisa que garimpou arquivos e bibliotecas portugueses, brasileiros e norte-americanos, este livro constitui um denso estudo da história de “uma fronteira esquecida”, das “terras proibidas” situadas na faixa oriental de Minas Gerais. Ensejada pelo declínio da produção aurífera, esta “expansão para o leste” envolveu uma complexa trama de “relações sociais, culturais e raciais”, na qual os confrontos entre interesses coloniais (privados e públicos) e os “índios do leste” (isto é, Botocudos) proporcionam o fio principal da narrativa. Além de introduzir informações de uma enorme quantidade de documentos inéditos, o livro traz uma discussão instigante e inovadora das dimensões geográfica e historiográfica da noção de “fronteira” . (John Monteiro).
MARTINS, Maria Cristina Bohn. Sobre Festas e Celebrações: as Reduções do Paraguai (séculos XVI e XVIII). Passo Fundo: UPF Editora, 2006, 256p . . Baseado na tese de doutorado da autora, este livro busca entender como os índios guarani vivenciaram a missão a partir de um enfoque singular, o da festa e das celebrações. Unindo uma leitura criativa das cartas e relatos jesuíticos a uma leitura cuidadosa da historiografia e etnografia referentes aos Guarani, a autora busca demonstrar que o encontro entre tradições distintas de festa produziu algo historicamente novo: “Em contato, as duas experiências [europeia e guarani] moldaram uma nova situação, na qual os motivos católicos (do Corpo de Cristo, da Morte e Ressurreição, dos Santos, da Virgem etc.) estiveram transpassados por práticas que abrigavam elementos muito expressivamente guaranis” (p. 232) . (John Monteiro).
MONTEIRO, John. Labor Systems, 1492-1850. Cambridge: Cambridge University Press, 2006, 80p . Acessível em: https://plutao.ifch.unicamp.br/ihb/estudos/Labor1492-1850.pdf. Capítulo para a "Cambridge Economic History of Latin America". Editado por John H. Coatsworth, Roberto Cortés-Conde e Victor Bulmer-Thomas . (John Monteiro).
MONTERO, Paula - org. Deus na Aldeia: missionários, índios e mediação cultural. São Paulo: Editora Globo, 2006, 583p . . Fruto de um projeto coletivo, este livro reúne 11 textos originais que oferecem uma leitura antropológica dos diversos aspectos do “encontro” entre missionários e índios. Vários capítulos lançam mão de documentos históricos e todos levam em consideração a dimensão histórica dos processo e eventos sob análise. Destacam-se o capítulo inicial da organizadora sobre o problema da “mediação cultural” nas abordagens antropológicas e historiográficas das relações entre missionários e “nativos”; o texto de Nicola Gasbarro trata da prática missionária ocidental à luz da história das religiões; Cristina Pompa discute a relação entre história e antropologia a partir da análise de narrativas missionárias e outros documentos históricos; Adone Agnolin avalia, através dos instrumentos de tradução dos jesuítas, a “gramática cultural, religiosa e linguística” do encontro nos espaços da doutrina e do ritual; Marta Amoroso estuda os escritos capuchinhos referentes à missão entre os Munduruku de Bacabal, no Tapajós, durante o Império; Marcos Rufino retraça o debate em torno da noção de “inculturação” na Igreja Católica e sobretudo no CIMI; Ronaldo de Almeida analisa o processo de “tradução cultural da religião evangélica”, apoiado em diferentes casos etnográficos; Artionka Capiberibe explora, ao longo de séculos, as “conversões” entre os Palikur, percorrendo o catolicismo missionário, o catolicismo “reinterpretado” e, por fim, o impacto das missões evangélicas; Aramis Luís Silva confronta dois projetos de “valorização cultural” entre os Bororo, um da iniciativa dos Salesianos, outro em parceria com uma ONG indígena; José Maurício Arruti amplia a noção de “conversão” através de seu estudo sobre o ritual do Toré no Nordeste, enfocando primeiro a atuação da Igreja Católica na década de 1970 e em seguida os passos que compõem o processo da “etnogênese”; no texto final, Melvina Araújo parte de uma descrição etnográfica da “performance ritual do Natal” numa maloca Macuxi para a análise da construção de um “código compartilhado” entre missionários e índios no que diz respeito ao que seria “tradicionalmente indígena” . (John Monteiro).
NORONHA, José Monteiro de. Roteiro da Viagem da Cidade do Pará até as Últimas Colônias do Sertão da Província (1768). São Paulo: Edusp, 2006, 111p . . Introdução e notas de Antonio Porro. Coleção Documenta Uspiana 1. Primeira edição anotada deste importante relato de 1768, o Roteiro de Noronha traz informações geográficas e etnográficas sobre a Amazônia. Segundo o organizador Antonio Porro, apesar de Noronha ser o autor setecentista “que mais informa a respeito dos índios, o seu indianismo é paradoxal”. Isso se explica pela alternância entre “observações atentas e enriquecedoras” e “inexplicáveis omissões”, sobretudo no que diz respeito às “relações entre índios e brancos nas vilas e povoados amazônicos”. Ainda assim, o Roteiro fornece indicações precisas sobre as origens étnicas dos habitantes das vilas sob o Diretório, além de detalhes etnográficos que não estão presentes em outros relatos . (John Monteiro).
PINTO, Renan Freitas - org. O Diário do Padre Samuel Fritz. Manaus: EDUA/Faculdades Salesianas Dom Bosco, 2006, 272p . . Reedição da tradução feita por Rodolfo Garcia e publicada na Revista do IHGB em 1912, o relato é acompanhado por diversos estudos antigos e atuais que esclarecem diferentes aspectos da vida e obra do autor jesuíta. Traz também reproduções dos mapas do rio Amazonas feitos por Fritz em 1691 e 1707. Trata-se de uma fonte importante para a história indígena da Amazônia, com destaque para as informações a respeito do Solimões . (John Monteiro).
POSSAMAI, Paulo. A Vida Quotidiana na Colónia do Sacramento (1715-1735): um bastião português em terras do futuro Uruguai. Lisboa: Ed. Livros do Brasil, 2006, 456p . . Versão revista da tese de doutorado do autor, este livro traz alguns elementos inéditos sobre o lugar dos índios Charrua, Minuano e Guarani no projeto expansionista português para o Prata. É de grande interesse também a curta exposição sobre a mão-de-obra indígena, oriunda sobretudo dos aldeamentos paulistas e fluminenses, nas obras da fortificação portuguesa na Colônia . (John Monteiro).
REIS, Arthur Cézar Ferreira. Lobo d’Almada: um Estadista Colonial. Manaus: Academia Amazonense de Letras, 2006, 302p . . Série Clássicos da Academia. Publicado originalmente em 1939, o livro traz um estudo biográfico do coronel Manoel da Gama Lobo d’Almada, governador da Capitania do Rio Negro e responsável pela demarcação de limites no final do século XVIII. Grande parte do livro é composta da transcrição de 154 cartas e ofícios escritos entre 1770 e 1800. Embora não seja o principal destaque da introdução, a presença indígena é constante nas correspondências, abrangendo as expedições relacionadas à demarcação dos limites, a participação nos corpos militares e a resistência dos Munduruku, entre outros temas . (John Monteiro).