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Imagem: Jean-Baptiste Debret.

Base John Monteiro

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ROCHA, Jan. Haximu. São Paulo: Editora Casa Amarela, 2007, 143p . . Trata-se de um relato do episódio ocorrido em 1993, quando um grupo de garimpeiros massacraram 12 índios Yanomami na aldeia Haximu, em Roraima. Reconhecido pelo Estado como ato de genocídio, o massacre de Haximu ensejou um debate amplo sobre os direitos humanos e o problema da exploração do garimpo na Amazônia. A autora, jornalista, era correspondente da BBC na época e publicou esta reportagem pelo Latin American Bureau em Londres em 1999 com o título Murder in the Rainforest: the Yanomami, the gold miners and the Amazon . (John Monteiro).
RESENDE, Maria Efigênia Lage de; VILLALTA, Luiz Carlos - orgs. As Minas Setecentistas. Belo Horizonte: Companhia do Tempo/Ed. Autêntica, 2007, 589p . . História de Minas Gerais. Trata-se de uma excelente e exaustiva introdução à história de Minas Gerais, reunindo estudiosos que contribuíram não apenas com sínteses da bibliografia conhecida como também introduziram pesquisas originais a partir da documentação inédita. Este volume inclui dois estudos densos sobre a presença indígena na região: de Renato Pinto Venâncio, que apresenta uma abordagem de “Minas antes de Minas”, enfocando questões de demografia e das guerras nas capitanias ao entorno daquilo que viria a ser a Minas Gerais, chegando à conclusão de que “as primeiras fronteiras mineiras não nasceram de uma decisão administrativa, mas, sim, da maior ou menor capacidade de o mundo indígena resistir ao avanço colonizador”; e de Maria Leônia Chaves de Resende, que confere uma nova e vibrante visibilidade aos índios que a historiografia mineira apagou com as entradas e bandeiras. Os índios também figuram do estudo de Liana Maria Reis sobre a criminalidade escrava, na posição ambígua entre recrutas das forças de repressão e aliados dos quilombolas que foram o objeto deste mesmo aparato repressivo . (John Monteiro).
PI HUGARTE, Renzo. Los Indios del Uruguay. Montevidéu: Ediciones de la Banda Oriental, 2007, 242p . . Publicado originalmente na Espanha em 1993, o livro apresenta uma síntese da presença histórica de povos indígenas no território que compõe o atual Uruguai, buscando contribuir subsídios para debates contemporâneos sobre a presença indígena nesse “país sem índios”. Extravasando as fronteiras para alcançar Rio Grande do Sul, por um lado, e algumas províncias argentinas contíguas, por outro, o autor enfoca de maneira especial os Charruas e os Guarani, colocando em questão o peso relativo de cada povo para a composição da população e cultura do Uruguai moderno. As notas biobibliográficas no fim do livro, bem como a bibliografia geral, são bastante úteis para conhecer fontes e pesquisas . (John Monteiro).
LADEIRA, Maria Inês. O Caminhar sob a Luz: Território Mbya à Beira do Oceano. São Paulo: Ed. Unesp/Fapesp, 2007, 199p . . Fruto de pesquisas e vivências realizadas entre 1979 e 1991, este livro foi apresentado como dissertação de mestrado em 1992. Grande parte do livro enfoca “os mitos e o modo de ser mbya”, porém inclui uma abordagem original sobre a história dos Mbya em território brasileiro, com destaque para a questão das migrações religiosas. Bartomeu Melià chama a atenção no prefácio para a ideia de que os episódios relatados nesse “registro etnográfico da década de 1980” hoje “se tornam etno-história”. Mas a atualidade do livro reside sobretudo no diálogo que a autora constrói com os índios, captado de maneira interessante por Davi da Silva Karaí Rataendy na orelha do livro: “Palavras que estão aqui pertenceram a muitas pessoas, muitos entre nós, que deixaram a sua sabedoria”. O texto é enriquecido por fotografias e desenhos feitos por índios . (John Monteiro).
HEMMING, John. Ouro Vermelho: A Conquista dos Índios Brasileiros. São Paulo: Edusp, 2007, 811p . . Tradução Carlos Eugênio Marcondes de Moura. Excelente tradução deste livro pioneiro, publicado originalmente em inglês em 1978. Apesar da ausência de um diálogo mais consistente com a historiografia colonial ou com a etnologia sul-americana, Hemming apresenta uma pesquisa bastante abrangente nas fontes impressas e uma narrativa empolgante, bem ao estilo de sua obra anterior sobre a conquista dos Incas. A importância do livro reside na abrangência da cobertura, porém falta a esta edição uma apresentação (como há nos outros volumes da série Clássicos), esclarecendo o contexto em que a obra foi produzida e o seu significado para os estudos indígenas. A tradução preserva a edição de 1978 quase integralmente, acrescido de algumas citações bibliográficas mais recentes (até o início dos anos 90). Se não há um esforço de atualização da obra à luz da revolução nos estudos sobre a história dos índios nos últimos anos, surge estranhamente uma alteração no anexo demográfico, em certo sentido amenizando a visão catastrófica e pessimista da edição original (na qual declarava que a população indígena daquela época seria menos de 100.000, obviamente reproduzindo as projeções de Darcy Ribeiro). Aparece uma cifra de 700.000 para a população atual (referência ao censo de 2000) . (John Monteiro).
DENIS, Ferdinand. Uma Festa Brasileira Celebrada em Rouen em 1550: Teogonia dos antigos povos do Brasil, um fragmento do século XVI. São Bernardo do Campo: Bazar das Palavras-Usina das Ideias, 2007, 233p . . Tradução do francês Júnia Guimarães Botelho. Tradução do tupi Eduardo de Almeida Navarro. Edição bilíngue com o original em francês e a tradução em português do livro editado em Paris em 1850, reproduz três documentos originalmente publicados por Denis: a breve Suntuosa Entrada, impresso anônimo de 1551 descrevendo a celebração em Rouen, que incluiu a representação de uma batalha entre os Tupinambá e os Tabajara; um fragmento antes inédito da Cosmografia de André Thevet sobre a teogonia tupi; e uma seleção de poemas em tupi, do jesuíta Cristóvão Valente, com nova tradução de Eduardo Navarro. Os apêndices incluem o termo de batismo de Catarina Paraguaçu, uma breve nota biográfica sobre Ferdinand Denis e uma bibliografia das obras escritas por Denis sobre o Brasil . (John Monteiro).
WITTMANN, Luisa Tombini. O Vapor e o Botoque: imigrantes alemães e índios Xokleng no Vale do Itajaí/SC (1850-1926). Florianópolis: Letras Contemporâneas, 2007, 268p . . Originalmente uma dissertação de mestrado, este livro narra, com maestria, as trajetórias de várias vidas tocadas pela envolvente história do contato entre os Xokleng e os imigrantes europeus que ocuparam o Vale do Itajaí a partir de meados do século XIX. De especial interesse para a história indígena, o Capítulo 3 introduz um quadro de “singulares relações interétnicas” ao acompanhar a vida de pessoas que foram adotadas ou raptadas, incorporando-se no mundo do outro. O último capítulo traz uma leitura inovadora das relações entre o encarregado do SPI Eduardo Hoerhann e os índios que integravam o Posto Indígena Duque de Caxias . (John Monteiro).
MELATTI, Julio Cezar. Índios do Brasil. São Paulo: Edusp, 2007, 304p . . Síntese clássica publicada pela primeira vez em 1970, a nona edição de Índios do Brasil traz revisões, atualizações e acréscimos, proporcionando uma visão de conjunto sobre aspectos arqueológicos, históricos, etnográficos e políticos da presença indígena no Brasil. A obra permanece uma das melhores introduções à temática indígena para não-especialistas . (John Monteiro).
APOLINÁRIO, Juciene Ricarte. Os Akroá e Outros Povos Indígenas nas Fronteiras do Sertão: políticas indígena e indigenista no norte da Capitania de Goiás, atual Estado do Tocantins, século XVIII. Goiânia: Editora Kelps, 2006, 276p . . Fruto de uma tese de doutorado defendida na UFPE, o livro abarca a atribulada história dos povos indígenas que, no século XVIII, enfrentaram o avanço da presença colonial na região do rio Tocantíns. A autora traz inúmeros aportes documentais que permitem elucidar o protagonismo de homens e mulheres Akroá, Karajá e Xakriabá (entre outros) nos embates violentos, na negociação de acordos de paz e na constituição de um espaço colonial para os índios. É de grande interesse a utilização de textos e depoimentos de obscuros estadistas, de sertanistas semi-analfabetos e de outros personagens que ilustram o encontro nem sempre feliz entre a política indigenista de Lisboa e as práticas locais do sertão. O livro inclui mapas ilustrados, com destaque para um manuscrito da Biblioteca Pública de Évora que mostra representações pictóricas de índios e aldeias . (John Monteiro).