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Imagem: Jean-Baptiste Debret.

Base John Monteiro

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AMORIM, Maria Adelina. Os Franciscanos no Maranhão e Grão-Pará: missão e cultura na primeira metade de seiscentos. Lisboa: Centro de Estudos de História Religiosa/Universidade Católica Portuguesa, 2005, 373p . . Estudos de História Religiosa 2. A partir de uma ampla pesquisa documental em diversos arquivos portugueses, o livro analisa a contribuição dos franciscanos para o estabelecimento da presença portuguesa na Amazônia na primeira metade do século XVII. Inclui muitas informações sobre missões e relações com os índios. A autora destaca o papel do assim-chamado “Hércules da Capucha”, frei Cristóvão de Lisboa, que intercedeu a favor da liberdade dos índios diante dos abusos cometidos por colonos particulares e pelas autoridades portuguesas no Maranhão. O livro inclui ilustrações pouco conhecidas e um extenso anexo documental com vários documentos sobre as missões e sobre a defesa da liberdade, alguns inéditos, outros publicados anteriormente nos Anais da Biblioteca Nacional . (John Monteiro).
NEVES, Erivaldo Fagundo - org. Sertões da Bahia: formação social, desenvolvimento econômico, evolução política e diversidade cultural. Salvador: Editora Arcádia, 2011, 720p . . Obra preparada para uso de alunos de História da Bahia, este polpudo volume traz 19 estudos baseados sobretudo em pesquisas em arquivos, com destaque para alguns repositórios locais. A temática indígena espalha-se discretamente pelo livro porém emerge de forma mais concentrada no alentado estudo de Maria Hilda Baqueiro Paraíso sobre a presença e atuação de povos indígenas diante da abertura de caminhos nos sertões do leste, entre Bahia e Minas Gerais. Também de interesse especial é o texto de Isnara Pereira Ivo, sobre “trânsitos culturais” nos sertões mineiros e baianos nos séculos XVIII e XIX, mostrando as relações entre sertanistas e índios . (John Monteiro).
KOCH-GRÜNBERG, Theodor. Dois Anos entre os Indígenas: Viagens no noroeste do Brasil (1903/1905). Manaus: Editora da Universidade Federal do Amazonas/Faculdade Salesiana Dom Bosco, 2005, 627p . . Tradução do influente relato de viagem Zwei Jahre unter den Indianern (1909). Dotado de um olhar tão detalhista quanto sensível, Koch-Grünberg não só se inscreve na tradição das narrativas de viagem como também introduz uma grande quantidade de informações etnográficas sobre vários povos do norte da Amazônia. O livro inclui dezenas de fotos de "tipos" indígenas e de objetos de cultura material, bem como desenhos e mapas. A tradução foi realizada por uma equipe do Centro Iauaretê de Documentação Etnográfica e Missionária, a qual incorporou "expressões da linguagem regional", o que convida ao cotejo com o original . (John Monteiro).
PIÑÓN, Ana; FUNARI, Pedro Paulo A. A Temática Indígena na Escola: subsídios para os professores. São Paulo: Editora Contexto, 2011, 127p . . Destinado a “professores das escolas não indígenas”, trata-se de um livro paradidático que se mostra mais eficaz no manejo de conceitos e informações provenientes da arqueologia americanista do que dos debates atuais a respeito da história dos índios nas Américas. O livro traz uma discussão útil sobre a imagem dos índios ao longo da história, porém os índios surgem enquanto atores sociais e políticos apenas na conclusão, quando se faz uma referência rápida ao contexto da abertura política . (John Monteiro).
DEBRET, Jean-Baptiste. Les Indiens du Brésil: illustrations & commentaires de Jean-Baptiste Debret. Paris: Éditions Chandeigne, 2005, 151p . . Seleção e introdução de Jean-Paul Duviols. Por incrível que pareça, segundo o autor da introdução, a obra Voyage historique et pittoresque au Brésil (Paris, 1834) até hoje não viu uma segunda edição em francês. Este livro, editado com esmero, repete a fórmula do volume Rio de Janeiro, la ville métisse, neste caso extraindo da Voyage as litogravuras de Debret referentes aos índios, acompanhadas pelos comentários originais do autor-artista. O livro traz um pequeno anexo com um mapa, uma bibliografia de referência e uma lista das ilustrações . (John Monteiro).
GENTIL, Gabriel dos Santos. Povo Tukano: Cultura, história e valores. Manaus: Editora da Universidade Federal do Amazonas, 2005, 291p . . Série Autores Indígenas. Escrito pelo kumu (iniciado) tukano Séribhi Tëoñari, da aldeia Pari-Cachoeira no rio Tiquié (Noroeste da Amazônia), o livro busca reunir informações sobre a cultura e história dos povos Tukano, com destaque para os “saberes dos pajés” . (John Monteiro).
KELLOGG, Susan. Weaving the Past: A History of Latin America’s Indigenous Women from the Prehispanic Period to the Present. Oxford: Oxford University Press, 2005, 338p . . Apesar do título abrangente e da proposta inovadora, o livro trabalha de maneira mais adequada a história das mulheres indígenas da Mesoamérica e dos Andes, sobretudo em função de um suporte bibliográfico mais amplo. O Brasil aparece apenas num capítulo sobre as “culturas tropicais” no período recente, aproveitando uma bibliografia antropológica bastante restrita, fazendo referência aos Munduruku, Bororo, Yanomami, Kaingang e Kayapó. Sequer cita a obra pioneira de Mary Karasch sobre Damiana da Cunha . (John Monteiro).
HECKENBERGER, Michael J. The Ecology of Power: Culture, Place, and Personhood in the Southern Amazon, A.D. 1000-2000. Londres: Routledge, 2005, 404p . . A partir de um enfoque historico-ecológico, o autor apresenta uma empolgante análise de um milênio de história alto-xinguana, tecendo um rico diálogo interdisciplinar. Ao questionar modelos e ao reivindicar novos estudos arqueológicos e etnohistóricos para fornecer respostas mais claras, esta importante contribuição adensa a discussão em torno da chefia (e dos cacicados) na Amazônia anterior ao contato com a expansão europeia e, em certo sentido, no período coêvo a esta mesma expansão . (John Monteiro).
JOSÉ NETO, Joaquim. Jovens Tapuios do Carretão: processos educativos de reconstrução da identidade indígena. Goiânia: Editora da UCG, 2005, 188p . . Descendentes de índios Xavante, Carajá, Javaé e Kayapó (do sul), que foram assentados no aldeamento de Pedro III no noroeste de Goiás no século XVIII, os “Tapuios do Carretão” passaram a reivindicar o reconhecimento da indianidade e direitos territoriais no final dos anos de 1970, resultando na homologação da Terra Indígena Carretão em 1990. Este livro enfoca mais particularmente a questão da educação escolar, porém traz vários depoimentos nos quais os Tapuios entrevistados comentam de maneira muito instigante as suas relações com o passado . (John Monteiro).
FERNANDES, João Azevedo. Selvagens Bebedeiras: álcool, embriaguez e contatos culturais no Brasil colonial (séculos XVI-XVII). São Paulo: Alameda, 2011, 238p . . Versão revista de uma tese de doutorado que aborda o processo de encontro intercultural a partir de um objeto sempre presente porém pouco estudado. O autor faz uma leitura minuciosa de documentos e narrativas coloniais para revelar “o papel crucial das festas e cerimônias etílicas nas sociedades indígenas”, com especial atenção às “cauinagens canibais” dos Tupinambá. Chega à conclusão de que, se os índios conseguiram impedir a introdução do vinho português enquanto “mercadoria civilizatória”, sofreram uma derrota com a repressão do cauim e das cauinagens, o que criou um “vazio etílico” que seria preenchido de maneira trágica por bebidas destiladas, como a cachaça, com efeitos danosos sobre os índios e para os planos dos evangelizadores. Mas o autor deixa para uma outra ocasião uma análise sobre as maneiras pelas quais os índios, com larga experiência com bebidas e embriaguez, se relacionaram com aquilo que de forma simplificada é pensado como uma “arma da colonização” . (John Monteiro).