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Imagem: Jean-Baptiste Debret.
Base John Monteiro
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WHITEHEAD, Neil L. - org. Histories and Historicities in Amazonia. Lincoln: University of Nebraska Press, 2003, 236p . . Nesta coletânea de estudos originais enfocando sobretudo o norte da Amazônia, os autores apresentam uma rica discussão da história e das historicidades indígenas, lançando mão de uma documentação variada e de narrativas orais. Segundo o organizador, um dos objetivos dos ensaios é de mostrar como diferentes aspectos ligados à cultura e à natureza podem contribuir para a formação de uma consciência histórica. Além da introdução de Whitehead, são de especial interesse os estudos de Nádia Farage sobre uma rebelião entre os Wapishana da Guiana e seus desdobramentos no Brasil; de Silvia Vidal sobre a “cartografia ameríndia” no Noroeste da Amazônia, mostrando como a memória e a história podem ser inscritas na paisagem física; de Loretta Cormier sobre a historicidade Guajá (Maranhão), buscando mostrar como os Guajá recriam e transformam eventos do passado mediante rituais e sonhos; e um estudo sobre o papel da aguardente na colonização do Orenoco, de Franz Scaramelli e Kay Tarble . (John Monteiro). |
BARROS, Edir Pina de. Os Filhos do Sol. História e cosmologia na organização social de um povo Karib: os Kurâ-Bakairi. São Paulo: Edusp, 2003, 385p . . Fruto de uma longa convivência da autora entre os Bakairi no Mato Grosso, esta etnografia versa mais sobre a cosmologia e a organização social do que sobre a história. Ainda assim, o primeiro capítulo apresenta informações muito ricas retiradas de fontes históricas diversificadas, dos relatos coloniais, à documentação do Império, aos relatos da expedição de Karl von den Steinen (1884), aos relatórios do SPI . (John Monteiro). |
MOREAU, Felipe Eduardo. Os Índios nas Cartas de Nóbrega e Anchieta. São Paulo: Annablume, 2003, 355p . . Através de uma minuciosa releitura dos documentos escritos pelos primeiros jesuítas no Brasil, o autor busca analisar as representações do índio nestes escritos. Com efeito, o livro enfoca de maneira especial os próprios jesuítas e os índios que eles em certo sentido inventaram . (John Monteiro). |
HEMMING, John. If You Must: Brazilian Indians in the twentieth century. Londres: MacMillan, 2003, 855p . . Terceiro livro da trilogia que começou com Red Gold (1978) e passou por Amazon Frontier (1987), oferecendo uma cobertura ampla da história dos índios no Brasil desde 1500. A exemplo dos volumes anteriores, o autor se vale de anos de pesquisa e apresenta uma impressionante quantidade de informações. Como sugere o título ("Morrer se preciso for"), este livro não apenas começa com a saga rondoniana como também se inspira nesta vertente do indigenismo, dando um amplo destaque para as ações de sertanistas como os irmãos Villas-Bôas e para as situações de primeiro contato com "índios isolados". Diferentemente dos livros anteriores, este mostra um aproveitamento maior da etnologia contemporânea e vê os índios mais como protagonistas do que vítimas da história . (John Monteiro). |
DI CREDDO, Maria do Carmo Sampaio. Terras e Índios: a propriedade da terra no Vale do Paranapanema. São Paulo: Editora Arte & Ciência, 2003, 184p . . Baseado numa extensíssima pesquisa documental em cartórios do interior e no arquivo estadual, este livro enfoca a política expansionista do governo provincial de São Paulo na segunda metade do século XIX. Ao detalhar a organização de bandeiras, as tentativas de aldeamento e os conflitos entre fazendeiros e índios – Coroados (Kaingang), Cayuás (Kayowá-Guarani) e Xavantes (Oti) – a autora documenta a convergência entre interesses particulares e do Estado na ocupação fundiária do Vale, redundando na destruição dos povos indígenas . (John Monteiro). |
BIGIO, Elias dos Santos. Linhas Telegráficas e Integração de Povos Indígenas: as estratégias políticas de Rondon (1889-1930). Brasília: Funai/CGDOC, 2003, 357p . . Baseado numa ampla pesquisa documental, este livro aborda as atividades e as políticas de Rondon a partir da perspectiva da história regional de Mato Grosso. Reproduz uma parte da documentação em citações extensas e traz algumas das fotos publicadas anteriormente no livro de Rondon, Índios do Brasil (Rio de Janeiro: CNPI, 1946) . (John Monteiro). |
FERNANDES, João Azevedo. De Cunhã a Mameluca: a mulher tupinambá e o nascimento do Brasil. João Pessoa: Editora UFPB, 2003, 303p . . Ao transitar entre a etnologia e a história, o autor produz uma monografia marcada sobretudo pela originalidade na abordagem crítica dos inícios da mestiçagem no Brasil. O livro desloca o foco para as mulheres tupinambás enquanto protagonistas de uma história de relações que devem, segundo o autor, ser analisadas a partir de um "paradigma interétnico". Para tanto, realiza uma ampla reavaliação crítica dos estudos históricos e etnológicos à luz de uma releitura de relatos e fontes coloniais dos mais variados. A riqueza deste trabalho só é empobrecida pela baixa qualidade editorial do livro . (John Monteiro). |
BELLUZZO, Ana Maria de Moraes et al. Do Contato ao Confronto: A conquista de Guarapuava no século XVIII. São Paulo: BNP Paribas, 2003, 144p . . Edição requintada das estampas da Coleção Beatriz e Mário Pimenta Camargo, uma série de aquarelas atribuídas a Joaquim José Miranda, retratando cenas de contato entre uma expedição portuguesa e índios Kaingang no sertão do Tibagi, atual Paraná, por volta de 1770. Além da reprodução definitiva das aquarelas, o livro inclui artigos de Marta Rosa Amoroso, Nicolau Sevcenko, Ana Maria Belluzzo e Valéria Piccoli. Edição bilíngue português-francês . (John Monteiro). |
SPOSITO, Fernanda. Nem Cidadãos, Nem Brasileiros: indígenas na formação do Estado nacional brasileiro e conflitos na Província de São Paulo (1822-1845). São Paulo: Alameda, 2012, 292p . . Série Teses. Originalmente uma dissertação de mestrado, este livro apresenta uma excelente pesquisa em documentos variados, sobretudo do Arquivo do Estado de São Paulo. A autora discute, em primeiro lugar, as inflexões regionais da política indigenista imperial no período entre a Independência e o Regulamento Acerca das Missões (1845), mostrando a relação entre a política indigenista e a construção do estado. A segunda parte do livro enfoca os conflitos envolvendo índios no interior da Província, onde a formulação “catequese e civilização” parecia mais tomar a forma de “conquista” . (John Monteiro). |
TASSINARI, Antonella Maria Imperatriz. No Bom da Festa: o processo de construção cultural das famílias Karipuna do Amapá. São Paulo: Edusp, 2003, 413p . . Essencialmente uma etnografia dos Karipuna, este livro inclui uma problematização da história indígena, em dois sentidos: primeiro, na utilização de "dados históricos" sobre a região do Uaçá para mostrar como a dinâmica das relações interétnicas forneceu as condições para a configuração de identidades étnicas e para a manutenção de uma relativa autonomia dos povos indígenas; segundo, na utilização de histórias de vida e testemunhos indígenas para compreender como os Karipuna construíram concepções acerca da categoria de "misturados", a qual caracteriza a sua singularidade. O livro é muito bem ilustrado, não apenas com fotografias etnográficas contemporâneas mas também com algumas imagens antigas, inclusive do livro de viagem de Jean Mocquet (1617), com uma ilustração de mulheres Karipuna . (John Monteiro). |