Créditos Imagem Publicações Busca

Imagem: Jean-Baptiste Debret.

Base John Monteiro

     Exibindo 1 a 10 de 12
GOMES, Mércio Pereira. O Índio na História: o povo Tenetehara em busca da liberdade. Petrópolis: Editora Vozes, 2002, 631p . . O autor alia uma extensa pesquisa documental a sua longa experiência como etnógrafo e indigenista para produzir um detalhadíssimo relato das relações entre os Tenetehara do Maranhão e os brancos, desde o contato inicial com os franceses no início do século XVII aos dias de hoje. Conforme alerta o próprio autor, o livro está escrito em vários registros distintos, passando pela teoria antropológica ("ontosistêmica"), pela história do contato, pela "economia igualitarista", pela demografia e pela filosofia. A parte sobre a história é organizada pela sequência das principais instituições da política indigenista, com uma concentração maior no período do SPI. No mais, destacam-se a abordagem da rebelião de Alto Alegre (1901) e o capítulo sobre a demografia histórica. Presente de maneira indireta ao longo do livro, a voz dos índios aparece de maneira explícita num capítulo curto com a transcrição de alguns depoimentos . (John Monteiro).
SCHRÖDER, Peter - org. Os Fulni-ô: cultura, identidade e território no Nordeste indígena. Recife: Editora Universitária, 2002, 262p . . Série Antropologia e Etnicidade 1. A coletânea conta com oito autores de diversas áreas, incluindo um sociólogo Fulni-ô (Wilke Torres de Melo), para dimensionar o povo Fulni-ô a partir de certos aspectos históricos, econômicos e culturais. O organizador contribui não apenas com um sólido levantamento e discussão da história (inacabada) do território dos índios, como também apresenta uma utilíssima bibliografia crítica dos estudos sobre este povo. Outros textos de interesse para a história dos índios incluem o capítulo de Eliana Gomes Quirino sobre a memória (com destaque para o lugar do padre Alfredo Damaso nos relatos indígenas) e o capítulo de Sérgio Neves Dantas sobre a música sagrada como elemento articulador de memória e identidade. Em anexo estão transcritos seis documentos históricos referentes à demarcação de terras indígenas . (John Monteiro).
WRIGHT, Robin - org. Transformando os Deuses, Volume II: igrejas evangélicas, pentecostais e neopentecostais entre os povos indígenas no Brasil. Campinas: Editora da Unicamp, 2004, 407p . . Dando continuidade ao item anterior, esta coletânea abrange 10 estudos originais, além de um ensaio geral do organizador, sobre a presença e o impacto das igrejas protestantes entre diferentes sociedades indígenas no Brasil. Além de documentar o fenômeno da proliferação destas igrejas, através de documentos das igrejas além de narrativas e depoimentos indígenas, vários capítulos também trazem aportes para algumas discussões que informam o debate em torno da história indígena. É interessante a exploração de diários e de outros registros feitos por missionários . (John Monteiro).
BOSCHI, Caio C. - org. Catálogo de Documentos Manuscritos Avulsos da Capitania do Pará existentes no Arquivo Histórico Ultramarino de Lisboa. Belém: SECULT/Arquivo Público do Pará, 2002, 1204p . . Fruto do Projeto Resgate, o catálogo inclui mais de 12.000 verbetes descrevendo sumariamente a documentação, abrangendo o período de 1616 aos anos iniciais do Império. A quantidade de documentos sobre populações indígenas, política indigenista, descimentos, conflitos, aldeamentos, trabalho e outros temas é inesgotável . (John Monteiro).
FREIRE, José Ribamar Bessa. Rio Babel: a História das Línguas na Amazônia. Rio de Janeiro: Atlântica Editora/Editora da UERJ, 2004, 272p . . De forma pioneira e abrangente, o autor apresenta uma "história social das línguas na Amazônia num período de trezentos anos", percorrendo um rico manancial de fontes escritas. O livro aborda a transformação do quadro etnolinguístico, mostrando o processo de formação da língua geral e a introdução da língua portuguesa no contexto da diversidade linguística ameríndia. O autor salienta não apenas o papel do sistema de exploração da mão-de-obra na interação de línguas diversas, como também demonstra a importância das "políticas de línguas" dos missionários e do Estado nesta história. Por fim, o livro acompanha a trajetória da língua geral no século XIX, revelando um delicado quadro marcado tanto pela persistência localizada quanto pelo declínio geral face ao avanço do português . (John Monteiro).
GRÜNBERG, Georg. Os Kaiabi do Brasil Central: história e etnografia. São Paulo: Instituto Socioambiental, 2004, 299p . . A publicação deste livro revela algo da história recente dos índios do Xingu e, ao mesmo tempo, a busca por parte das lideranças atuais por subsídios para uma história indígena do povo Kaiabi. Fruto de uma pesquisa de campo realizada em 1965-66, o texto foi apresentado como tese em etnologia e publicado em alemão na revista Archiv für Völkerkunde em Viena em 1970. O autor situa, no capítulo II, as fontes históricas sobre os Kaiabi, do século XVIII ao XX; no capítulo III, coteja as informações de meados dos anos de 1950 com as observações do período da pesquisa para aferir mudanças demográficas e territoriais. Esta edição inclui um posfácio escrito por Klinton Senra, Geraldo Mosimann da Silva e Simone Ferreira de Athayde trazendo dados atuais sobre os Kaiabi, o que permite mais um cotejo histórico com as observações e dados desta rica tese escrita há algumas décadas . (John Monteiro).
OSÓRIO, Helen - org. Catálogo de Documentos da Colônia do Sacramento e Rio da Prata: existentes no Arquivo Histórico Ultramarino, Lisboa. Rio de Janeiro: Nórdica, 2002, 375p . . Nos mais de 660 documentos arrolados para o Projeto Resgate, abrangendo o período de 1682 a 1826, há várias referências aos índios em relação aos conflitos entre espanhóis e portugueses na disputa pela Banda Oriental do Rio da Prata. Os grupos mencionados incluem os Guarani, Minuano, Charrua, Chane, Tape e Serrano . (John Monteiro).
MATTOS, Izabel Missagia de. Civilização e Revolta: os Botocudos e a catequese na Província de Minas. Bauru: EDUSC/ANPOCS, 2004, 491p . . Vencedor do Concurso EDUSC-ANPOCS em 2003, este estudo inovador acompanha a trajetória dos Botocudos dos vales do Doce e Mucuri, enfocando particularmente a fundação, consolidação e desagregação do aldeamento capuchinho de Itambacuri (1873-1911). Fruto de uma ampla pesquisa documental, o estudo é enriquecido pelo olhar etnográfico da autora, que faz uma leitura instigante das cartas e relatos dos padres, documentos esses que não apenas informam sobre o projeto de "catequese e civilização" como também permitem entrever um "modelo indígena de historicidade" que conduzia as ações dos Botocudos diante das transformações profundas em curso. A revolta de 1893 em Itambacuri condensa, segundo a autora, "significados das transformações históricas" e das políticas de "misturas" nesse momento crucial na formação da nacionalidade . (John Monteiro).
VAINFAS, Ronaldo - coord. Dicionário do Brasil Imperial (1822-1889). Rio de Janeiro: Objetiva, 2002, 752p . . Este dicionário dá relativamente pouco destaque para a temática indígena, com alguma cobertura do indianismo e um verbete sobre o "Indigenismo". Alguns verbetes biográficos contêm informações esparsas: José Vieira Couto de Magalhães, José Bonifácio de Andrada e Silva, entre outros. Fica patente, no entanto, a ausência dos índios "carne-e-osso" (em oposição aos índios imaginados) na pauta dos historiadores que estudam este período . (John Monteiro).
DIENER, Pablo; COSTA, Maria de Fátima. Rugendas e o Brasil. São Paulo: Capivara, 2002, 376p . . Fruto de um projeto ambicioso, este livro cataloga e reproduz a vasta produção artística de Johann Moritz Rugendas no que se refere ao Brasil. Os estudos que acompanham as ilustrações trazem aportes significativos para o conhecimento do "artista-viajante", situando a sua produção brasileira no contexto mais amplo de sua obra, que também abrange outras partes da América Latina, notadamente México, Chile, Argentina e Peru. Complementando as gravuras que acompanham a Voyage Pittoresque dans le Brésil (1835), os autores reuniram uma grande quantidade de obras de coleções particulares, incluindo quadros a óleo, estudos e aquarelas. Para além das imagens mais conhecidas através da Viagem Pitoresca, a temática indígena aparece em algumas telas sobre a paisagem e numa curiosa representação da "Primeira Missa Celebrada em São Vicente", uma tela de traços orientalistas . (John Monteiro).