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Imagem: Jean-Baptiste Debret.

Base John Monteiro

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OTONI, Teófilo. Notícia sobre os Selvagens do Mucuri. Belo Horizonte: Editora da UFMG, 2002, 184p . . Organização de Regina Horta Duarte. O livro reedita dois textos do político mineiro Teófilo Benedito Otoni, o primeiro escrito na forma de uma carta sobre os Botocudos, endereçada a Joaquim Manuel de Macedo (publicado na Revista do Instituto Histórico Brasileiro em 1859), e o segundo na forma de uma Memória Justificativa sobre a colonização do Mucuri (publicado no Rio de Janeiro no mesmo ano). A Notícia é um documento muito rico que denuncia as atrocidades que marcaram as relações entre índios, brancos e mestiços no Vale do Mucuri em meados do século XIX. A introdução da organizadora do volume fornece um bom guia para a leitura dos textos . (John Monteiro).
PUNTONI, Pedro. Guerra dos Bárbaros: povos indígenas e a colonização do sertão nordeste do Brasil, 1650-1720. São Paulo: Hucitec/Edusp, 2002, 323p . . Fruto de uma extensa pesquisa documental, este livro proporciona uma contribuição importante para a história dos conflitos envolvendo grupos indígenas no Brasil colonial, enfocando particularmente as guerras no Recôncavo Baiano (décadas de 1650 e 1670), no Rio São Francisco (década de 1670) e a chamada "Guerra do Açu" (1687 ao início do século XVIII). Um dos aspectos mais interessantes do livro é a caracterização das tropas paulistas envolvidas nestes conflitos, as quais contavam necessariamente com soldados índios recrutados nas aldeias da coroa ou através de alianças com grupos indígenas. O autor enfatiza os aspectos da violência e do despovoamento como elementos centrais ao processo de expansão colonial na região, porém também introduz indícios das iniciativas de atores indígenas. No apêndice, apresenta uma lista detalhada de 61 missões e aldeamentos criados no século XVII e início do XVIII, e transcreve os tratados de paz firmados entre as autoridades coloniais e os índios Janduí (1692, emendado 1695) e Ariú Pequenos (1697) . (John Monteiro).
MOREAU, Felipe Eduardo. Os Índios nas Cartas de Nóbrega e Anchieta. São Paulo: Annablume, 2003, 355p . . Através de uma minuciosa releitura dos documentos escritos pelos primeiros jesuítas no Brasil, o autor busca analisar as representações do índio nestes escritos. Com efeito, o livro enfoca de maneira especial os próprios jesuítas e os índios que eles em certo sentido inventaram . (John Monteiro).
OLIVEIRA, Roberto Cardoso de. Os Diários e Suas Margens: Viagem aos territórios Terêna e Tükúna. Brasília: Editora da UnB, 2002, 346p . . Além de reproduzir integralmente os diários de campo escritos nos anos de 1950, este livro inclui, de maneira interessante, comentários reflexivos do autor enquanto releitor de seus próprios diários, assim apresentando um duplo registro da experiência de campo do etnólogo. Tanto os diários quanto os comentários proporcionam uma leitura prazerosa, não apenas pelo estilo agradável do autor como pelos detalhes e incidentes descritos e comentados. Acompanha um pequeno dossiê fotográfico, de caráter etnográfico e pessoal . (John Monteiro).
VAINFAS, Ronaldo - coord. Dicionário do Brasil Imperial (1822-1889). Rio de Janeiro: Objetiva, 2002, 752p . . Este dicionário dá relativamente pouco destaque para a temática indígena, com alguma cobertura do indianismo e um verbete sobre o "Indigenismo". Alguns verbetes biográficos contêm informações esparsas: José Vieira Couto de Magalhães, José Bonifácio de Andrada e Silva, entre outros. Fica patente, no entanto, a ausência dos índios "carne-e-osso" (em oposição aos índios imaginados) na pauta dos historiadores que estudam este período . (John Monteiro).
TASSINARI, Antonella Maria Imperatriz. No Bom da Festa: o processo de construção cultural das famílias Karipuna do Amapá. São Paulo: Edusp, 2003, 413p . . Essencialmente uma etnografia dos Karipuna, este livro inclui uma problematização da história indígena, em dois sentidos: primeiro, na utilização de "dados históricos" sobre a região do Uaçá para mostrar como a dinâmica das relações interétnicas forneceu as condições para a configuração de identidades étnicas e para a manutenção de uma relativa autonomia dos povos indígenas; segundo, na utilização de histórias de vida e testemunhos indígenas para compreender como os Karipuna construíram concepções acerca da categoria de "misturados", a qual caracteriza a sua singularidade. O livro é muito bem ilustrado, não apenas com fotografias etnográficas contemporâneas mas também com algumas imagens antigas, inclusive do livro de viagem de Jean Mocquet (1617), com uma ilustração de mulheres Karipuna . (John Monteiro).
POMPA, Cristina. Religião Como Tradução: missionários, Tupi e Tapuia no Brasil colonial. Bauru: EDUSC, 2003, 443p . . Coleção Ciências Sociais. Prêmio de melhor tese de doutorado no Concurso CNPq-ANPOCS de 2002, este livro oferece leituras instigantes de um vasto repertório documental. Dividido entre o século XVI e o XVII, entre o litoral e o sertão, entre os Tupi e os Kariri, entre a Antropologia e a História, o trabalho explora as múltiplas dimensões da tradução, não apenas no plano linguístico como também (e sobretudo) no espaço do encontro entre horizontes cosmológicos distintos. Na primeira parte, ao refazer a trajetória do "profetismo tupi-guarani", a autora mostra a necessidade de reler as fontes à luz de uma crítica às leituras de outros estudiosos; na segunda, ao evocar a riqueza das missões do sertão nordestino, demonstra as possibilidades (e limites) do rico acervo de escritos missionários, que muito podem informar sobre a disputa entre índios e missionários em torno do poder simbólico . (John Monteiro).
AGUILAR, Nelson - org. Artes Indígenas. São Paulo: Brasil Connects, 2002, 215p . . Catálogo da exposição realizada no interior da Mostra do Redescobrimento, o livro oferece belas reproduções de objetos de cultura material de vários povos, presente e passado. Edição bilíngue português-inglês . (John Monteiro).
VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo. A Inconstância da Alma Selvagem e outros ensaios de antropologia. São Paulo: Cosac & Naify, 2002, 551p . . Este livro reúne, numa edição muito bem cuidada, nove estudos e uma entrevista do etnólogo. O texto de maior interesse para a discussão em torno da história dos índios é "O Mármore e a Murta", uma releitura da documentação quinhentista informada por um saber etnológico apurado. Outros ensaios também abordam aspectos críticos dos rumos atuais da etnologia sul-americana, os quais abrangem problemas de arqueologia e história indígena . (John Monteiro).
MONTEIRO, Maria Elizabeth Brêa - org. Levantamento Histórico sobre os Índios Guarani Kaiwá. Rio de Janeiro: Museu do Índio/FUNAI, 2003, 180p . . Coleção Fragmentos da História do Indigenismo. Trabalho elaborado em 1981 para subsidiar o departamento da FUNAI encarregado de demarcar terras indígenas, este Levantamento Histórico inclui um pequeno estudo preliminar baseado na leitura de fontes e na bibliografia disponível na época. São de grande relevância e utilidade os anexos, trazendo cópias facsimilares de documentos dos séculos XIX e XX, destacando-se o relatório de Genésio Pimentel Barbosa, de 1927, com várias fotografias e informes sobre as atividades realizadas nesse ano . (John Monteiro).