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Imagem: Jean-Baptiste Debret.
Base John Monteiro
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VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo. A Inconstância da Alma Selvagem e outros ensaios de antropologia. São Paulo: Cosac & Naify, 2002, 551p . . Este livro reúne, numa edição muito bem cuidada, nove estudos e uma entrevista do etnólogo. O texto de maior interesse para a discussão em torno da história dos índios é "O Mármore e a Murta", uma releitura da documentação quinhentista informada por um saber etnológico apurado. Outros ensaios também abordam aspectos críticos dos rumos atuais da etnologia sul-americana, os quais abrangem problemas de arqueologia e história indígena . (John Monteiro). |
OLIVEIRA, Roberto Cardoso de. Os Diários e Suas Margens: Viagem aos territórios Terêna e Tükúna. Brasília: Editora da UnB, 2002, 346p . . Além de reproduzir integralmente os diários de campo escritos nos anos de 1950, este livro inclui, de maneira interessante, comentários reflexivos do autor enquanto releitor de seus próprios diários, assim apresentando um duplo registro da experiência de campo do etnólogo. Tanto os diários quanto os comentários proporcionam uma leitura prazerosa, não apenas pelo estilo agradável do autor como pelos detalhes e incidentes descritos e comentados. Acompanha um pequeno dossiê fotográfico, de caráter etnográfico e pessoal . (John Monteiro). |
ALMEIDA, Rita Heloísa de - org. Aldeamento do Carretão segundo os seus Herdeiros Tapuios: Conversas gravadas em 1980 e 1983. Brasília: Funai/CGDOC, 2003, 422p . . Este livro reproduz as entrevistas – na verdade, conforme explica a autora, conversas – realizadas com os habitantes do antigo aldeamento de Carretão ou Pedro III, em Goiás. Voltados inicialmente para informar a FUNAI sobre os conflitos na região e, em seguida, para subsidiar a dissertação de mestrado da autora, os levantamentos aqui apresentados fornecem detalhes bastante interessantes sobre a identidade étnica, sobre a história fundiária e sobre a memória. Além de depoimentos de Tapuios, também há entrevistas com posseiros e fazendeiros que contam outra história. O livro traz, ainda, um pequeno anexo documental . (John Monteiro). |
GOMES, Mércio Pereira. O Índio na História: o povo Tenetehara em busca da liberdade. Petrópolis: Editora Vozes, 2002, 631p . . O autor alia uma extensa pesquisa documental a sua longa experiência como etnógrafo e indigenista para produzir um detalhadíssimo relato das relações entre os Tenetehara do Maranhão e os brancos, desde o contato inicial com os franceses no início do século XVII aos dias de hoje. Conforme alerta o próprio autor, o livro está escrito em vários registros distintos, passando pela teoria antropológica ("ontosistêmica"), pela história do contato, pela "economia igualitarista", pela demografia e pela filosofia. A parte sobre a história é organizada pela sequência das principais instituições da política indigenista, com uma concentração maior no período do SPI. No mais, destacam-se a abordagem da rebelião de Alto Alegre (1901) e o capítulo sobre a demografia histórica. Presente de maneira indireta ao longo do livro, a voz dos índios aparece de maneira explícita num capítulo curto com a transcrição de alguns depoimentos . (John Monteiro). |
SCHRÖDER, Peter - org. Os Fulni-ô: cultura, identidade e território no Nordeste indígena. Recife: Editora Universitária, 2002, 262p . . Série Antropologia e Etnicidade 1. A coletânea conta com oito autores de diversas áreas, incluindo um sociólogo Fulni-ô (Wilke Torres de Melo), para dimensionar o povo Fulni-ô a partir de certos aspectos históricos, econômicos e culturais. O organizador contribui não apenas com um sólido levantamento e discussão da história (inacabada) do território dos índios, como também apresenta uma utilíssima bibliografia crítica dos estudos sobre este povo. Outros textos de interesse para a história dos índios incluem o capítulo de Eliana Gomes Quirino sobre a memória (com destaque para o lugar do padre Alfredo Damaso nos relatos indígenas) e o capítulo de Sérgio Neves Dantas sobre a música sagrada como elemento articulador de memória e identidade. Em anexo estão transcritos seis documentos históricos referentes à demarcação de terras indígenas . (John Monteiro). |
TASSINARI, Antonella Maria Imperatriz. No Bom da Festa: o processo de construção cultural das famílias Karipuna do Amapá. São Paulo: Edusp, 2003, 413p . . Essencialmente uma etnografia dos Karipuna, este livro inclui uma problematização da história indígena, em dois sentidos: primeiro, na utilização de "dados históricos" sobre a região do Uaçá para mostrar como a dinâmica das relações interétnicas forneceu as condições para a configuração de identidades étnicas e para a manutenção de uma relativa autonomia dos povos indígenas; segundo, na utilização de histórias de vida e testemunhos indígenas para compreender como os Karipuna construíram concepções acerca da categoria de "misturados", a qual caracteriza a sua singularidade. O livro é muito bem ilustrado, não apenas com fotografias etnográficas contemporâneas mas também com algumas imagens antigas, inclusive do livro de viagem de Jean Mocquet (1617), com uma ilustração de mulheres Karipuna . (John Monteiro). |
WHITEHEAD, Neil L. - org. Histories and Historicities in Amazonia. Lincoln: University of Nebraska Press, 2003, 236p . . Nesta coletânea de estudos originais enfocando sobretudo o norte da Amazônia, os autores apresentam uma rica discussão da história e das historicidades indígenas, lançando mão de uma documentação variada e de narrativas orais. Segundo o organizador, um dos objetivos dos ensaios é de mostrar como diferentes aspectos ligados à cultura e à natureza podem contribuir para a formação de uma consciência histórica. Além da introdução de Whitehead, são de especial interesse os estudos de Nádia Farage sobre uma rebelião entre os Wapishana da Guiana e seus desdobramentos no Brasil; de Silvia Vidal sobre a “cartografia ameríndia” no Noroeste da Amazônia, mostrando como a memória e a história podem ser inscritas na paisagem física; de Loretta Cormier sobre a historicidade Guajá (Maranhão), buscando mostrar como os Guajá recriam e transformam eventos do passado mediante rituais e sonhos; e um estudo sobre o papel da aguardente na colonização do Orenoco, de Franz Scaramelli e Kay Tarble . (John Monteiro). |
BARROS, Edir Pina de. Os Filhos do Sol. História e cosmologia na organização social de um povo Karib: os Kurâ-Bakairi. São Paulo: Edusp, 2003, 385p . . Fruto de uma longa convivência da autora entre os Bakairi no Mato Grosso, esta etnografia versa mais sobre a cosmologia e a organização social do que sobre a história. Ainda assim, o primeiro capítulo apresenta informações muito ricas retiradas de fontes históricas diversificadas, dos relatos coloniais, à documentação do Império, aos relatos da expedição de Karl von den Steinen (1884), aos relatórios do SPI . (John Monteiro). |
HEMMING, John. If You Must: Brazilian Indians in the twentieth century. Londres: MacMillan, 2003, 855p . . Terceiro livro da trilogia que começou com Red Gold (1978) e passou por Amazon Frontier (1987), oferecendo uma cobertura ampla da história dos índios no Brasil desde 1500. A exemplo dos volumes anteriores, o autor se vale de anos de pesquisa e apresenta uma impressionante quantidade de informações. Como sugere o título ("Morrer se preciso for"), este livro não apenas começa com a saga rondoniana como também se inspira nesta vertente do indigenismo, dando um amplo destaque para as ações de sertanistas como os irmãos Villas-Bôas e para as situações de primeiro contato com "índios isolados". Diferentemente dos livros anteriores, este mostra um aproveitamento maior da etnologia contemporânea e vê os índios mais como protagonistas do que vítimas da história . (John Monteiro). |
MONTEIRO, Maria Elizabeth Brêa - org. Levantamento Histórico sobre os Índios Guarani Kaiwá. Rio de Janeiro: Museu do Índio/FUNAI, 2003, 180p . . Coleção Fragmentos da História do Indigenismo. Trabalho elaborado em 1981 para subsidiar o departamento da FUNAI encarregado de demarcar terras indígenas, este Levantamento Histórico inclui um pequeno estudo preliminar baseado na leitura de fontes e na bibliografia disponível na época. São de grande relevância e utilidade os anexos, trazendo cópias facsimilares de documentos dos séculos XIX e XX, destacando-se o relatório de Genésio Pimentel Barbosa, de 1927, com várias fotografias e informes sobre as atividades realizadas nesse ano . (John Monteiro). |