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Imagem: Jean-Baptiste Debret.

Base John Monteiro

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LADEIRA, Maria Inês. O Caminhar sob a Luz: Território Mbya à Beira do Oceano. São Paulo: Ed. Unesp/Fapesp, 2007, 199p . . Fruto de pesquisas e vivências realizadas entre 1979 e 1991, este livro foi apresentado como dissertação de mestrado em 1992. Grande parte do livro enfoca “os mitos e o modo de ser mbya”, porém inclui uma abordagem original sobre a história dos Mbya em território brasileiro, com destaque para a questão das migrações religiosas. Bartomeu Melià chama a atenção no prefácio para a ideia de que os episódios relatados nesse “registro etnográfico da década de 1980” hoje “se tornam etno-história”. Mas a atualidade do livro reside sobretudo no diálogo que a autora constrói com os índios, captado de maneira interessante por Davi da Silva Karaí Rataendy na orelha do livro: “Palavras que estão aqui pertenceram a muitas pessoas, muitos entre nós, que deixaram a sua sabedoria”. O texto é enriquecido por fotografias e desenhos feitos por índios . (John Monteiro).
HEMMING, John. Ouro Vermelho: A Conquista dos Índios Brasileiros. São Paulo: Edusp, 2007, 811p . . Tradução Carlos Eugênio Marcondes de Moura. Excelente tradução deste livro pioneiro, publicado originalmente em inglês em 1978. Apesar da ausência de um diálogo mais consistente com a historiografia colonial ou com a etnologia sul-americana, Hemming apresenta uma pesquisa bastante abrangente nas fontes impressas e uma narrativa empolgante, bem ao estilo de sua obra anterior sobre a conquista dos Incas. A importância do livro reside na abrangência da cobertura, porém falta a esta edição uma apresentação (como há nos outros volumes da série Clássicos), esclarecendo o contexto em que a obra foi produzida e o seu significado para os estudos indígenas. A tradução preserva a edição de 1978 quase integralmente, acrescido de algumas citações bibliográficas mais recentes (até o início dos anos 90). Se não há um esforço de atualização da obra à luz da revolução nos estudos sobre a história dos índios nos últimos anos, surge estranhamente uma alteração no anexo demográfico, em certo sentido amenizando a visão catastrófica e pessimista da edição original (na qual declarava que a população indígena daquela época seria menos de 100.000, obviamente reproduzindo as projeções de Darcy Ribeiro). Aparece uma cifra de 700.000 para a população atual (referência ao censo de 2000) . (John Monteiro).
DENIS, Ferdinand. Uma Festa Brasileira Celebrada em Rouen em 1550: Teogonia dos antigos povos do Brasil, um fragmento do século XVI. São Bernardo do Campo: Bazar das Palavras-Usina das Ideias, 2007, 233p . . Tradução do francês Júnia Guimarães Botelho. Tradução do tupi Eduardo de Almeida Navarro. Edição bilíngue com o original em francês e a tradução em português do livro editado em Paris em 1850, reproduz três documentos originalmente publicados por Denis: a breve Suntuosa Entrada, impresso anônimo de 1551 descrevendo a celebração em Rouen, que incluiu a representação de uma batalha entre os Tupinambá e os Tabajara; um fragmento antes inédito da Cosmografia de André Thevet sobre a teogonia tupi; e uma seleção de poemas em tupi, do jesuíta Cristóvão Valente, com nova tradução de Eduardo Navarro. Os apêndices incluem o termo de batismo de Catarina Paraguaçu, uma breve nota biográfica sobre Ferdinand Denis e uma bibliografia das obras escritas por Denis sobre o Brasil . (John Monteiro).
A Imagética da Comissão Rondon. A Imagética da Comissão Rondon. Campinas: Papirus Editora, 2001, 135p . . Coleção Campo Imagético.Trata-se de um estudo original sobre as imagens fotossensíveis (estáticas e em movimento) realizadas pela Comissão Rondon durante as primeiras décadas do século XX. O autor analisa quatro tipos ou estágios de integração dos índios sobretudo através de filmes, do “selvagem”, ao “pacificado”, ao “integrado”, ao “civilizado”, enfocando respectivamente os Bororo, os índios do alto Xingu, os Karajá e os índios das missões salesianas no alto Rio Negro. O último capítulo aborda as imagens dos índios da fronteira norte do Brasil com as Guianas . (John Monteiro).
WITTMANN, Luisa Tombini. O Vapor e o Botoque: imigrantes alemães e índios Xokleng no Vale do Itajaí/SC (1850-1926). Florianópolis: Letras Contemporâneas, 2007, 268p . . Originalmente uma dissertação de mestrado, este livro narra, com maestria, as trajetórias de várias vidas tocadas pela envolvente história do contato entre os Xokleng e os imigrantes europeus que ocuparam o Vale do Itajaí a partir de meados do século XIX. De especial interesse para a história indígena, o Capítulo 3 introduz um quadro de “singulares relações interétnicas” ao acompanhar a vida de pessoas que foram adotadas ou raptadas, incorporando-se no mundo do outro. O último capítulo traz uma leitura inovadora das relações entre o encarregado do SPI Eduardo Hoerhann e os índios que integravam o Posto Indígena Duque de Caxias . (John Monteiro).
MELATTI, Julio Cezar. Índios do Brasil. São Paulo: Edusp, 2007, 304p . . Síntese clássica publicada pela primeira vez em 1970, a nona edição de Índios do Brasil traz revisões, atualizações e acréscimos, proporcionando uma visão de conjunto sobre aspectos arqueológicos, históricos, etnográficos e políticos da presença indígena no Brasil. A obra permanece uma das melhores introduções à temática indígena para não-especialistas . (John Monteiro).
SILVA, Orlando Sampaio. Eduardo Galvão: índios e caboclos. São Paulo: Annablume, 2007, 427p . . Trata-se de uma apreciação minuciosa de toda a obra do antropólogo Eduardo Galvão, fornecendo um roteiro interessante de uma fase importante dos estudos etnológicos no país, pois Galvão teve uma contribuição tanto em termos de pesquisa etnográfica quanto em ambição teórica, entre as décadas de 1940 e 70 . (John Monteiro).
STADEN, Hans. Warhaftige Historia: zwei Reisen nach Brasilien (1548-1555)/História de duas viagens ao Brasil. Kiel: Westensee Verlag, 2007, 410p . . Edição crítica de Franz Obermeier. Tradução ao português Guiomar Carvalho Franco. Esta edição do célebre livro quinhentista oferece vários elementos críticos para o estudo das populações indígenas que fazem parte da obra de Staden. Apesar de apresentada como uma edição bilíngue, há notáveis diferenças entre os aportes críticos em alemão e a tradução para o português. A versão em alemão inclui uma alentada introdução do historiador Franz Obermeier, fornecendo um contexto histórico e crítico para a leitura da obra. Segue-se um facsímile da edição original de Marburg, de 1557, extensamente anotada por Obermeier, com informações esclarecedoras sobre lugares, nomes, espécies vegetais e animais, grupos e personagens indígenas, entre outros assuntos, lançando mão de uma bibliografia bastante ampla e atual. Também inclui vários índices de grupos indígenas, nomes pessoais, lugares, fauna, flora e palavras em tupi que aparecem ao longo do livro. Na sequência, o texto da edição de Marburg é transcrito integralmente numa versão em alemão atual, por Joachim Tiemann. Na última parte desta edição aparecem um resumo em português da introdução de Obermeier e uma transcrição da tradução realizada em 1942 por Guiomar Carvalho Franco (com alguns ajustes feitos por Augusto Rodrigues). As anotações em português também são abreviadas em relação à versão em alemão, que é mais extensa e completa. O livro é disponibilizado no Brasil através do Instituto Martius-Staden . (John Monteiro).
MARCOY, Paul. Viagem pelo Rio Amazonas. Manaus: Ed. Universidade do Amazonas/Edições Governo do Estado, 2001, 313p . . Tradução, introdução e notas de Antonio Porro. Trata-se da parte final do relato de viagem inédito em português, Voyage à travers l’Amérique du Sud, publicado originalmente em fascículos na revista Le Tour du Monde entre 1862 e 1867, saindo como livro em dois volumes em 1869. Neste trecho da viagem, que começa na fronteira entre Peru e Brasil por volta de abril de 1847 e que termina quatro meses e 3.300 quilômetros depois, o autor descreve vários aspectos da história e dos costumes dos índios. Diferentemente de outros viajantes dessa época, Marcoy (cujo nome verdadeiro era Laurent Saint-Cricq) não manifestava pretensões científicas, porém as suas observações a respeito da história e da condição atual dos índios e mestiços da Amazônia mostram uma sensibilidade rara. O organizador do volume reproduz as anotações feitas em edições anteriores (francesa e inglesa) e acrescenta informações bastante pertinentes. Também constam as ilustrações originais, incluindo imagens de vilas, ruínas e tipos humanos . (John Monteiro).
FREIRE, Carlos Augusto da Rocha. O SPI na Amazônia: política indigenista e conflitos regionais, 1910-1932. Rio de Janeiro: Museu do Índio-FUNAI, 2007, 116p . . Série Publicação Avulsa do Museu do Índio, 2. Pequena publicação de grande riqueza, este livro aborda uma série de questões ligadas à atuação da Inspetoria Regional responsável por Amazonas e Acre durante as primeiras décadas do SPI. O autor enfoca de maneira particular as atividades e os escritos de Bento de Lemos, cuja carreira permite colocar em discussão aspectos demográficos, territoriais, políticos e administrativos da gestão indigenista. O material documental inédito e as fotografias dos postos são, simplesmente, fantásticos . (John Monteiro).