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Imagem: Jean-Baptiste Debret.
Base John Monteiro
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GARFIELD, Seth. Indigenous Struggle at the Heart of Brazil: state policy, frontier expansion, and the Xavante Indians, 1937-1988. Durham: Duke University Press, 2001, 316p . . Pesquisa de fôlego, este livro mostra a articulação entre as ideias sobre a nação, a política indigenista e as estratégias indígenas durante o período crítico de expansão econômica (e política, com a mudança da capital federal) para o Brasil central. São vários destaques dignos de nota: traz muitas informações e perspectivas novas sobre o período do Estado Novo (1937-1945); confronta, de maneira instigante, o pessimismo sentimental dos etnógrafos com as posturas assumidas por atores indígenas; documenta os embates em torno da demarcação de terras dos Xavante; demonstra o jogo complexo entre a formação da imagem dos Xavante enquanto símbolos primordiais da nacionalidade e a política da diferença adotada pelos mesmos Xavante em prol de seus direitos territoriais . (John Monteiro). |
FAUSTO, Carlos; HECKENBERGER, Michael - orgs. Time and Memory in Indigenous Amazonia: Anthropological Perspectives. Gainesville: University Press of Florida, 2007, 322p . . Trata-se de uma excelente coletânea que reúne nove trabalhos de ponta em história indígena. Conforme elucida os organizadores em sua introdução ao volume, os estudos abordam os temas do tempo e da mudança, buscando problematizar a tensão entre as teorias sociais dos estudiosos e as acepções ameríndias dos componentes-chave destas teorias. Além das divergentes formas de entender a alteridade, os organizadores chamam a atenção para as divergências em torno das noções de ação e “agência”, uma vez que a “teoria social” ameríndia pode incluir, no leque de agentes capazes de contribuir com ações transformadoras, agentes extra-humanos ou mesmo não-humanos. Versões anteriores de alguns dos trabalhos, como o de Carlos Fausto sobre canibalismo e cristianismo entre os Guarani, de Peter Gow sobre a identidade Cocama e de Aparecida Vilaça sobre o corpo War’i foram publicados em revistas brasileiras . (John Monteiro). |
BARBOSA, Bartira Ferraz. Paranambuco: poder e herança indígena. Nordeste séculos XVI-XVII. Recife: Editora Universitária, 2007, 220p . . Baseado numa tese de doutorado em História defendida na USP, o livro busca, nas palavras da autora, “reordenar questões” atinentes à ocupação portuguesa do espaço pernambucano nos séculos XVI e XVII. Lançando mão de dados arqueológicos, fontes históricas escritas e percepções cartográficas, a autora mostra que a conquista dos espaços ameríndios constituiu um processo profundamente imbricado numa complexa trama de guerra, aliança, mestiçagem e exploração do trabalho. O livro traz informações detalhadas sobre a localização de espaços indígenas pré-coloniais e coloniais. Em anexo, a autora inclui belas reproduções de mapas coloniais e dados complementares sobre a ocupação portuguesa do território . (John Monteiro). |
DAHER, Andrea. O Brasil Francês: as singularidades da França Equinocial, 1612-1615. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2007, 358p . . Traduzido por Albert Stückenbruck.Publicado originalmente em francês com o título Les singularités de la France Equinoxiale em 2002, o livro aborda as relações entre franceses e índios tupinambás nos dois lados do Atlântico. Dividido entre “o mundo par delà” e o “o mundo par deçà”, o estudo apresenta uma refinada análise dos textos escritos por missionários capuchinhos, textos estes que permitem não apenas entender o sentido da missão no Maranhão como também documentar “o espetáculo da conversão dos Tupinambá na França”, um episódio singular reconstruído com maestria pela autora. O livro inclui ilustrações da época e um bom prefácio de Roger Chartier . (John Monteiro). |
ALMEIDA, Luiz Sávio de; et al - org. Resistência, Memória, Etnografia (Índios do Nordeste: temas e problemas 8). Maceió: Edufal, 2007, 230p . . Este número inclui alguns ensaios de especial interesse para a história indígena: Dirceu Lindoso apresenta um retrospecto das abordagens etnográficas referentes aos Tapuia no nordeste; Maria Hilda B. Paraíso aborda o tráfico de kurukas (crianças indígenas) no Espírito Santo, Bahia e Minas Gerais na época da Independência; e Luiz Mott, que analisa um processo da Inquisição de meados do século XVIII, referente às atividades de um índio, Miguel Pestana, da aldeia de Reritiba, ES, acusado de feitiçaria . (John Monteiro). |
QUEIROZ, Jonas Marçal de; COELHO, Mauro Cezar. Amazônia: modernização e conflito (séculos XVIII e XIX). Belém: UFPA/UNIFAP, 2001, 200p . . Este livro reúne textos dos dois autores. São de interesse para a história dos índios os primeiros dois capítulos, de Mauro Cezar Coelho, sobre os relatos referentes ao Cabo Norte e o trabalho indígena sob o regime do Diretório . (John Monteiro). |
MARTINHEIRA, José Joaquim Sintra - org. Catálogo dos Códices do Fundo do Conselho Ultramarino Relativos ao Brasil existentes no Arquivo Histórico Ultramarino. Rio de Janeiro: Real Gabinete Português de Leitura, 2001, 183p . . Contém algumas poucas referências a grupos indígenas no Brasil . (John Monteiro). |
PATAXÓ, Katão. Trioká Hakão Pataxi: Caminhando pela História Pataxó. Salvador: Gráfica Santa Helena, 2001, 75p . . O autor relata a história dos índios desde a chegada dos portugueses aos dias de hoje, enfocando particularmente o povo Pataxó do sul da Bahia. Inclui algumas lendas e um vocabulário . (John Monteiro). |
TORRÃO FILHO, Amílcar. Paradigma do Caos ou Cidade da Conversão?: São Paulo na Administração do Morgado de Mateus (1765-1775). São Paulo: Annablume, 2007, 292p . . Originalmente dissertação de mestrado, o livro enfoca questões urbanas durante o período pombalino, com uma incursão relevante na temática indígena, tanto no sentido da herança da presença jesuítica pós-expulsão, quanto nas políticas do Morgado de Mateus referente aos aldeamentos nos arredores da cidade. Conclui com um comentário interessante sobre a “invisibilidade” dos índios nas áreas urbanas coloniais, codificada na imagem do caráter “despovoado” das vilas e cidades porém ao mesmo tempo sinal da exclusão social . (John Monteiro). |
MENGET, Patrick. Em Nome dos Outros: classificação das relações sociais entre os Txicáo do Alto Xingu. Lisboa: Assírio & Alvim, 2001, 334p . . Escrita originalmente em 1977, esta etnografia sobre o povo Ikpeng (conhecido também como Txicão), além de refletir as questões teóricas que movimentavam a etnologia sul-americana nesse período, também traz elementos de interesse para a história indígena. O autor trabalha com informações do século XIX a respeito do Alto Xingu (inclusive o diário inédito do geógrafo alemão Hermann Meyer) e também apresenta versões Ikpeng para a história das relações com outros grupos e com os brancos. O forte é a etnografia, escrita com estilo e inteligência, proporcionando uma leitura muito agradável . (John Monteiro). |