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Imagem: Jean-Baptiste Debret.
Base John Monteiro
Exibindo 11 a 20 de 72
NORONHA, José Monteiro de. Roteiro da Viagem da Cidade do Pará até as Últimas Colônias do Sertão da Província (1768). São Paulo: Edusp, 2006, 111p . . Introdução e notas de Antonio Porro. Coleção Documenta Uspiana 1. Primeira edição anotada deste importante relato de 1768, o Roteiro de Noronha traz informações geográficas e etnográficas sobre a Amazônia. Segundo o organizador Antonio Porro, apesar de Noronha ser o autor setecentista “que mais informa a respeito dos índios, o seu indianismo é paradoxal”. Isso se explica pela alternância entre “observações atentas e enriquecedoras” e “inexplicáveis omissões”, sobretudo no que diz respeito às “relações entre índios e brancos nas vilas e povoados amazônicos”. Ainda assim, o Roteiro fornece indicações precisas sobre as origens étnicas dos habitantes das vilas sob o Diretório, além de detalhes etnográficos que não estão presentes em outros relatos . (John Monteiro). |
MONTERO, Paula - org. Deus na Aldeia: missionários, índios e mediação cultural. São Paulo: Editora Globo, 2006, 583p . . Fruto de um projeto coletivo, este livro reúne 11 textos originais que oferecem uma leitura antropológica dos diversos aspectos do “encontro” entre missionários e índios. Vários capítulos lançam mão de documentos históricos e todos levam em consideração a dimensão histórica dos processo e eventos sob análise. Destacam-se o capítulo inicial da organizadora sobre o problema da “mediação cultural” nas abordagens antropológicas e historiográficas das relações entre missionários e “nativos”; o texto de Nicola Gasbarro trata da prática missionária ocidental à luz da história das religiões; Cristina Pompa discute a relação entre história e antropologia a partir da análise de narrativas missionárias e outros documentos históricos; Adone Agnolin avalia, através dos instrumentos de tradução dos jesuítas, a “gramática cultural, religiosa e linguística” do encontro nos espaços da doutrina e do ritual; Marta Amoroso estuda os escritos capuchinhos referentes à missão entre os Munduruku de Bacabal, no Tapajós, durante o Império; Marcos Rufino retraça o debate em torno da noção de “inculturação” na Igreja Católica e sobretudo no CIMI; Ronaldo de Almeida analisa o processo de “tradução cultural da religião evangélica”, apoiado em diferentes casos etnográficos; Artionka Capiberibe explora, ao longo de séculos, as “conversões” entre os Palikur, percorrendo o catolicismo missionário, o catolicismo “reinterpretado” e, por fim, o impacto das missões evangélicas; Aramis Luís Silva confronta dois projetos de “valorização cultural” entre os Bororo, um da iniciativa dos Salesianos, outro em parceria com uma ONG indígena; José Maurício Arruti amplia a noção de “conversão” através de seu estudo sobre o ritual do Toré no Nordeste, enfocando primeiro a atuação da Igreja Católica na década de 1970 e em seguida os passos que compõem o processo da “etnogênese”; no texto final, Melvina Araújo parte de uma descrição etnográfica da “performance ritual do Natal” numa maloca Macuxi para a análise da construção de um “código compartilhado” entre missionários e índios no que diz respeito ao que seria “tradicionalmente indígena” . (John Monteiro). |
BRITO, Joaquim Pais de - org. Os Índios, Nós. Lisboa: Museu Nacional de Etnologia, 2000, 304p . . Catálogo de uma exposição realizada no Museu Nacional de Etnologia, este livro inclui artigos de especialistas em história, etnologia, linguística e arte indígena. Os objetos e ilustrações da exposição abrangem vários séculos, porém estão dispostos em forma não-linear, colocando a ênfase menos nas transformações ocorridas e mais na persistente vitalidade da diversidade indígena. Figuram com destaque os objetos de coleções etnográficas, das viagens científicas do século XVIII às expedições antropológicas do século XX . (John Monteiro). |
PREZIA, Benedito A. Os Indígenas do Planalto Paulista nas Crônicas Quinhentistas e Seiscentistas. São Paulo: Humanitas, 2000, 266p . . Num duplo exercício de crítica documental e de estudo toponímico, o autor busca identificar as populações indígenas em termos sociolinguisticos, objeto de longas polêmicas na história de São Paulo . (John Monteiro). |
ALMEIDA, Luiz Sávio de; GALINDO, Marcos; ELIAS, Juliana Lopes - orgs. Índios do Nordeste: temas e problemas 2. Maceió: Edufal, 2000, 448p . . O livro abre com um texto que trata da relação entre etnia e nação a partir de um enfoque marxista, adotando o exemplo australiano. Segue um conjunto de artigos que enfocam o período holandês, trazendo inclusive novas pesquisas de fontes holandesas. Um outro conjunto inclui textos sobre a história e a arqueologia dos povos do nordeste, com um bloco de estudos e depoimentos referentes ao grupo Kariri-Xocó. A coletânea fecha com um interessante levantamento de narrativas dos Tremembé do Ceará, feito por Betty Mindlin . (John Monteiro). |
BANDEIRA, Júlio. Canibais no Paraíso: a França Antártica e o imaginário europeu quinhentista. Rio de Janeiro: Mar de Ideias, 2006, 200p . . O autor reúne uma quantidade expressiva de materiais textuais e iconográficos que refletem a dimensão atlântica das relações entre franceses e índios durante o século XVI. O livro é voltado para um público não especializado, porém a edição é muito bem feita e as imagens são evocativas e provocadoras, sobretudo à medida que permitem comparações entre as representações dos ameríndios com as de outros povos. No final do livro há uma tradução do texto para o francês . (John Monteiro). |
ANDRELLO, Geraldo. Cidade do Índio: transformações e cotidiano em Iauaretê. São Paulo: Editora Unesp; Instituto Socioambiental; NuTI, 2006, 447p . . Estudo tão instigante quanto inovador, Cidade do Índio apresenta uma história e uma etnografia de uma “cidade indígena” no noroeste da Amazônia. De complexa feição pluriétnica (Tukano, Arapasso, Desana, Tariano, Pira-Tapuia e outros), Iauaretê propõe um desafio teórico para a tradição etnográfica focada geralmente num povo e numa aldeia. Como parte deste desafio, o autor realiza uma leitura diferenciada de fontes históricas, analisadas à luz dos materiais etnográficos coletados em campo (na cidade). Mas o autor também considera o “tom histórico” das narrativas indígenas, que pautam suas avaliações de situações atuais à luz de uma referência ao modo de vida dos antigos. Mais do que isso, segundo o autor, “os sentidos atribuídos pelos índios às transformações contemporâneas relacionam-se nitidamente a uma longa história de contato com a chamada sociedade nacional” (p. 18). De especial interesse para a história indígena é o capítulo 2, que realiza uma admirável síntese de vários séculos de história . (John Monteiro). |
VILAÇA, Aparecida. Quem Somos Nós: os Wari’ encontram os brancos. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 2006, 608p . . Versão modificada de uma tese de doutorado defendida no Museu Nacional, este livro tem como “eixo etnográfico” os primeiros e os sucessivos encontros entre os Wari’ e os brancos em Rondônia. Fruto de uma profunda pesquisa etnográfica complementada por uma pesquisa documental, o livro enfoca a história a partir de uma análise fina das percepções nativas que, longe de estáticas ou defensivas, reposicionam questões relativas à identidade, alteridade e mudança, à medida que os “brancos” passam a ocupar um lugar permanente no cotidiano ameríndio. Ao se defrontar com a maneira pela qual os Wari’ minimizam ou mesmo tratam como positivos os sofrimentos e perdas causados pelos massacres e epidemias, a autora coloca uma questão muito importante para a história dos índios, qual seja a dissonância entre percepções sobre os sentidos da transformação que decorre das relações entre um grupo indígena e a sociedade ocidental. O livro é amplamente ilustrado com fotografias e desenhos; de especial interesse para a história são as fotos do arquivo diocesano de Guajará-Mirim, tiradas no início da década de 1960 . (John Monteiro). |
FLORES, Maria Bernadete Ramos; SERPA, Élio Cantalicio - orgs. Catálogo de Documentos Avulsos Manuscritos referentes à Capitania de Santa Catarina, 1717-1827. Florianópolis: Editora UFSC, 2000, 174p . . Vinculado ao Projeto Resgate, o catálogo possui relativamente poucos registros referentes à presença indígena nesta capitania . (John Monteiro). |
TEIXEIRA, Clotildes Avelar - org. Inventário do Arquivo Pessoal de Nelson Coelho de Senna (1876-1952). Belo Horizonte: Arquivo Público da Cidade de Belo Horizonte, 2000, 100p . . Professor, pesquisador e político, Nelson Coelho de Senna passou boa parte da vida investigando assuntos mineiros, sendo autor de uma vasta obra. O arquivo pessoal inclui uma coleção bastante relevante de textos e imagens sobre os índios de Minas, com fotografias de Botocudos (Krenak e Pojixá) e estudos incompletos de etnografia e vocabulário dos índios. O inventário reproduz algumas das fotos da coleção . (John Monteiro). |