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Imagem: Jean-Baptiste Debret.

Base John Monteiro

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PORRO, Antonio. Dicionário Histórico da Amazônia Colonial. São Paulo: Instituto de Estudos Brasileiros-USP, 2007, 189p . . Cadernos do IEB. Organizado tematicamente, o dicionário traz verbetes que valorizam sobretudo temas ligados à história indígena e à pesquisa etno-histórica. A primeira parte arrola cerca de 600 etnônimos que estão associados a uma localização geográfica e a uma fonte colonial; a segunda identifica aldeias, vilas e outros povoados; a terceira fornece rápidas informações sobre cerca de 50 personagens indígenas (chefes e pajés); a quarta (crenças e divindades) tematiza questões religiosas; e a quinta discute alguns temas de “economia e sociedade”. A cobertura é longe de ser exaustiva, conforme reconhece o próprio autor, porém não deixa de introduzir questões e evidências importantes para a história indígena da Amazônia no período colonial . (John Monteiro).
RAMOS, Alcida Rita. Indigenism: ethnic politics in Brazil. Madison: University of Wisconsin Press, 1998, 326p . . A autora reúne importantes ensaios e estudos sobre o indigenismo no Brasil, a maioria dos quais publicados em português em diferentes revistas e coletâneas. Escritos num estilo polemizante, os textos esmiúçam as diferentes facetas do indigenismo, recorrendo aos precursores históricos em vários pontos. O aspecto mais interessante deste livro reside no confronto entre as representações do índio construídas em consonância com as diferentes ideias sobre a nação brasileira e as estratégias de autorepresentação mobilizadas por atores indígenas em defesa de seus direitos e interesses . (John Monteiro).
FERREIRA, Alexandre Rodrigues. Viagem Filosófica ao Rio Negro. Manaus: Editora da Universidade Federal do Amazonas, 2007, 665p . . Organizado por Francisco Jorge dos Santos, Auxiliomar Ugarte e Mateus Coimbra de Oliveira. Reúne e reorganiza os diários escritos por Alexandre Rodrigues Ferreira em sua viagem pela Capitania do Rio Negro durante a década de 1780, originalmente publicados no Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e reeditados, no século XX, pelo Museu Goeldi. Esta edição atualiza a ortografia e normatiza o uso de etnônimos, porém não se trata de uma edição crítica pela ausência de uma introdução ou de notas explicativas à luz de conhecimentos recentes a respeito dos temas e problemas levantados pelo texto de Ferreira. Inclui uma documentação complementar e índices remissivos . (John Monteiro).
SCHMALKALDEN, Caspar. Brasil Holandês: A Viagem de Caspar Schmalkalden de Amsterdã para Pernambuco no Brasil. Rio de Janeiro: Editora Index, 1998, 175p . . Dante Martins Teixeira (org.). Edição facsimilar do manuscrito (em alemão) pertencente à Forschungs und Landesbibliothek de Gotha, na Alemanha, trata-se de um documento interessantíssimo para a história dos índios durante a presença holandesa no Brasil. Pouco se sabe sobre o autor, um alemão a serviço da Companhia das Índias Ocidentais que permaneceu poucos anos no Brasil e que participou da expedição de Hendrick Brouwer para o Chile. O texto merece um estudo mais detalhado no que diz respeito aos índios. Acompanha uma série de desenhos, mapas e prospectos, alguns aquarelados, inclusive com representações de indígenas de Pernambuco e do Chile. Há um pequeno vocabulário alemão-brasiliano (tupi) que o autor levantou junto a um índio mestre-escola. Contém também um vocabulário dos índios do Chile, mas os editores nos oferecem esta pérola: “O vocabulário desta viagem ao Chile não foi traduzido por não ter maiores significados para nós em Português” (!) O segundo volume, fartamente ilustrado, trata da flora e fauna, trazendo os nomes em tupi, português e, às vezes, holandês . (John Monteiro).
BITTENCOURT, Libertad Borges. A Formação de um Campo Político na América Latina: as organizações indígenas no Brasil. Goiânia: Editora UFG, 2007, 227p . . O núcleo deste livro está no capítulo 3, que discorre sobre as organizações indígenas no Brasil, destacando o período posterior à Constituição de 1988, pois, segundo a autora, 90% das organizações foram criadas depois dessa data. Faz uma breve incursão pelo período anterior (anos 70 e 80) e enfoca de maneira relevante o papel de mediadores não indígenas na articulação do movimento. Utiliza um amplo leque de fontes e depoimentos ligados às associações . (John Monteiro).
GONÇALVES, Regina Célia. Guerras e Açúcares: política e economia na Capitania da Parayba — 1585-1630. Bauru: EDUSC, 2007, 330p . . Baseado numa extensa pesquisa documental em arquivos portugueses e brasileiros, o livro enfoca a consolidação da sociedade e economia colonial na Paraíba, durante o período entre a “guerra da conquista contra os Potiguara” e o início da presença holandesa. Nascida “às custas de sangue”, a Capitania da Paraíba foi palco de uma intensa disputa entre populações indígenas e adventícias. Sobretudo nos capítulos 1 e 2, a autora destrincha estas relações com uma análise detalhada da guerra, das alianças, do comércio entre índios e franceses, do “negócio do cativeiro de índios” e da política dos conquistadores em “limpar o terreno”, marcada tanto pelos esforços de aldeamento de aliados quanto no massacre de inimigos. O livro também mostra, de maneira bastante persuasiva, a importância da conquista e das narrativas de conquista para o surgimento de uma elite regional, cuja participação nas guerras redundou em recompensas na distribuição de terras a serem exploradas na produção açucareira . (John Monteiro).
CABRAL, Ana Suelly Arruda Câmara; RODRIGUES, Aryon Dall’Igna - orgs. Línguas e Culturas Tupi. Brasil: Editora Curt Nimuendajú/Laboratório de Línguas Indígenas da UnB, 2007, 468p . . A coletânea reúne 30 estudos apresentados no I Encontro Internacional sobre Línguas e Culturas dos Povos Tupi, realizado em 2004 em Brasília, divididos nas categorias Antropologia, Linguística Antropológica e Linguística. Apesar do enfoque majoritariamente linguístico, alguns estudos incluem abordagens históricas e, ademais, há uma consciência a respeito do lugar dos estudos tupi na história da antropologia e da linguística . (John Monteiro).
FAUSTO, Carlos; HECKENBERGER, Michael - orgs. Time and Memory in Indigenous Amazonia: Anthropological Perspectives. Gainesville: University Press of Florida, 2007, 322p . . Trata-se de uma excelente coletânea que reúne nove trabalhos de ponta em história indígena. Conforme elucida os organizadores em sua introdução ao volume, os estudos abordam os temas do tempo e da mudança, buscando problematizar a tensão entre as teorias sociais dos estudiosos e as acepções ameríndias dos componentes-chave destas teorias. Além das divergentes formas de entender a alteridade, os organizadores chamam a atenção para as divergências em torno das noções de ação e “agência”, uma vez que a “teoria social” ameríndia pode incluir, no leque de agentes capazes de contribuir com ações transformadoras, agentes extra-humanos ou mesmo não-humanos. Versões anteriores de alguns dos trabalhos, como o de Carlos Fausto sobre canibalismo e cristianismo entre os Guarani, de Peter Gow sobre a identidade Cocama e de Aparecida Vilaça sobre o corpo War’i foram publicados em revistas brasileiras . (John Monteiro).
ROCHA, Jan. Haximu. São Paulo: Editora Casa Amarela, 2007, 143p . . Trata-se de um relato do episódio ocorrido em 1993, quando um grupo de garimpeiros massacraram 12 índios Yanomami na aldeia Haximu, em Roraima. Reconhecido pelo Estado como ato de genocídio, o massacre de Haximu ensejou um debate amplo sobre os direitos humanos e o problema da exploração do garimpo na Amazônia. A autora, jornalista, era correspondente da BBC na época e publicou esta reportagem pelo Latin American Bureau em Londres em 1999 com o título Murder in the Rainforest: the Yanomami, the gold miners and the Amazon . (John Monteiro).
FAULHABER, Priscila. O Lago dos Espelhos: etnografia do saber sobre a fronteira em Tefé/Amazonas. Belém: Museu Paraense Emílio Goeldi, 1998, 215p . . Estudo de antropologia histórica enfocando os movimentos étnicos na região de fronteira no rio Solimões. De especial interesse são as partes sobre a configuração das fronteiras no século XIX e início do século XX e sua relação com os povos indígenas locais. Há também um instigante estudo sobre a constituição dos estudos etnológicos no início do século XX, mostrando a relação entre as atividades missionárias e científicas de uma das principais fontes sobre a região, o padre C. Tastevin . (John Monteiro).