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Imagem: Jean-Baptiste Debret.

Base John Monteiro

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FORLINE, Louis; MURRIETA, Rui; VIEIRA, Ima. Amazônia Além dos 500 Anos. Belém: Museu Paraense Emílio Goeldi, 2006, 566p . . O livro reúne estudos que foram apresentados no simpósio internacional e interdisciplinar “Amazônia 500 Anos”, realizado em Belém no ano de 2000. De especial interesse para a história indígena são os textos de Michael Heckenberger sobre a necessidade de entender os processos históricos xinguanos de maneira mais complexa; de Eduardo Neves sobre línguas, tradições orais e arqueologia como chaves para a compreensão da história indígena do Rio Negro; de Rafael Chambouleyron sobre as tensões e conflitos entre principais indígenas, jesuítas e autoridades no Maranhão e Pará durante o século XVII; e de Márcio Meira, que apresenta um estudo panorâmico e instigante das relações entre índios e brancos no Rio Negro . (John Monteiro).
AMBROSETTI, Juan Bautista. Os Índios Kaingang de San Pedro (Missiones), com um vocabulário. Campinas: Curt Nimuendajú, 2006, 160p . . Tradução: Thiago Bolivar. Publicado originalmente em Buenos Aires em 1894, o livro do eminente folclorista e diretor do Museu Etnográfico recebe uma tradução anotada. Pouco explorado no Brasil – não há sequer um exemplar em bibliotecas no país, segundo Wilmar D’Angelis, em sua apresentação – o livro de Ambrosetti é fruto de uma viagem para a província de Misiones, na época território disputado com o Brasil na célebre “Questão de Palmas”. Portanto, o autor não se refere tão somente aos Kaingang na Argentina como também traz frequentes referências a comunidades situadas no lado brasileiro, no Paraná. Escrito para contribuir para o conhecimento das “tribos próximas da extinção”, o livro descreve algumas práticas observadas pelo autor e relata episódios e opiniões passadas pelo cacique Maidana, seu principal informante, inclusive para o vocabulário. Esta edição reproduz fotos e outras ilustrações da publicação original . (John Monteiro).
ANDRELLO, Geraldo. Cidade do Índio: transformações e cotidiano em Iauaretê. São Paulo: Editora Unesp; Instituto Socioambiental; NuTI, 2006, 447p . . Estudo tão instigante quanto inovador, Cidade do Índio apresenta uma história e uma etnografia de uma “cidade indígena” no noroeste da Amazônia. De complexa feição pluriétnica (Tukano, Arapasso, Desana, Tariano, Pira-Tapuia e outros), Iauaretê propõe um desafio teórico para a tradição etnográfica focada geralmente num povo e numa aldeia. Como parte deste desafio, o autor realiza uma leitura diferenciada de fontes históricas, analisadas à luz dos materiais etnográficos coletados em campo (na cidade). Mas o autor também considera o “tom histórico” das narrativas indígenas, que pautam suas avaliações de situações atuais à luz de uma referência ao modo de vida dos antigos. Mais do que isso, segundo o autor, “os sentidos atribuídos pelos índios às transformações contemporâneas relacionam-se nitidamente a uma longa história de contato com a chamada sociedade nacional” (p. 18). De especial interesse para a história indígena é o capítulo 2, que realiza uma admirável síntese de vários séculos de história . (John Monteiro).
APOLINÁRIO, Juciene Ricarte. Os Akroá e Outros Povos Indígenas nas Fronteiras do Sertão: políticas indígena e indigenista no norte da Capitania de Goiás, atual Estado do Tocantins, século XVIII. Goiânia: Editora Kelps, 2006, 276p . . Fruto de uma tese de doutorado defendida na UFPE, o livro abarca a atribulada história dos povos indígenas que, no século XVIII, enfrentaram o avanço da presença colonial na região do rio Tocantíns. A autora traz inúmeros aportes documentais que permitem elucidar o protagonismo de homens e mulheres Akroá, Karajá e Xakriabá (entre outros) nos embates violentos, na negociação de acordos de paz e na constituição de um espaço colonial para os índios. É de grande interesse a utilização de textos e depoimentos de obscuros estadistas, de sertanistas semi-analfabetos e de outros personagens que ilustram o encontro nem sempre feliz entre a política indigenista de Lisboa e as práticas locais do sertão. O livro inclui mapas ilustrados, com destaque para um manuscrito da Biblioteca Pública de Évora que mostra representações pictóricas de índios e aldeias . (John Monteiro).
CALAVIA SÁEZ, Oscar. O Nome e o Tempo dos Yaminawa: etnologia e história dos Yaminawa do rio Acre. São Paulo: Editora Unesp; Instituto Socioambiental; NuTI, 2006, 479p . . Estruturado em três partes, este livro oferece uma abordagem inovadora da história indígena, com foco num grupo de língua pano que veio a ser chamado de Yaminawa. A primeira parte apresenta uma etnografia do grupo, cuja “função essencial é definir o sujeito da história descrito nos capítulos seguintes, sua estrutura interna e as fronteiras do grupo”. O autor descreve a segunda parte como “uma tentativa de crônica”, lançando mão de fontes históricas, etnografias antigas (com destaque para Capistrano de Abreu e Constant Tastevin), etnografias recentes, relatos orais e cantos indígenas. Esta parte enfoca de maneira instigante a história dos índios como um campo em disputa, inclusive tecendo uma crítica à reiteração de uma história de perdas, que se contrasta com uma abordagem que entende a história como parte de um processo constante de produção da cultura e da identidade. Esta parte encerra com uma análise fascinante dos mitos que tematizam o Inca, servindo de ponte para a terceira e última seção, que apresenta uma rica análise da mitologia dos Yaminawa, oferecendo ainda a transcrição de 70 relatos míticos em anexo . (John Monteiro).
DUTRA, Carlos Alberto dos Santos. Ofaié: morte e vida de um povo. Campo Grande: Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso do Sul, 1996, 339p . . Produto de um levantamento etno-histórico feito pelo autor em meados dos anos 80 para o CIMI com o intuito de iniciar o processo de identificação de uma área indígena Ofaié Xavante, o livro costura textos do autor, depoimentos de lideranças indígenas, entrevistas e documentos históricos referentes aos Ofaié, grupo hoje radicado no município de Brasilândia MS. Apesar do caráter descontínuo do livro, o volume traz uma grande quantidade de informações históricas sobre os Ofaíé, oferecendo um amplo painel da luta desse povo contra as agressões de sertanistas e fazendeiros, contra a doença e a miséria, contra o descaso das autoridades republicanas. A Parte V reproduz uma série importante de documentos produzidos durante a gestão do SPI . (John Monteiro).
GAUDITANO, Rosa - org. Aldeias Guarani Mbya na Cidade de São Paulo/Nhandekuery mbya rekoa São Paulo tetã mbyte re. São Paulo: Studio RG e Associação Guarani Tenonde Porã, 2006, 79p . . Edição trilíngue português-guarani-inglês. Este livro acompanhou a exposição realizada na Caixa Cultural em 2006. Traz depoimentos de lideranças indígenas que relatam as origens das quatro aldeias mbyá existentes no município de São Paulo. De especial interesse é o depoimento do cacique Vera Popygua, de Tenonde Porã (Morro da Saudade), que oferece uma reinterpretação da presença histórica dos Guarani em terras paulistas. Além das belíssimas fotos feitas por Rosa Gauditano, o livro também inclui desenhos realizados por moradores destas aldeias . (John Monteiro).
VEIGA, Juracilda. Aspectos Fundamentais da Cultura Kaingang. Campinas: Curt Nimuendajú, 2006, 256p + CD. . Apresentado inicialmente na forma de dissertação de mestrado na Unicamp, este livro oferece um amplo estudo que, segundo o prefácio de Vanessa Lea, efetivamente coloca os Kaingang “no mapa etnográfico dos povos Jê”. O enfoque de fato é etnográfico porém o livro também traz informações históricas dos séculos XIX e XX, sobretudo em referência às aldeias do Xapecó. O CD inclui tabelas genealógicas de famílias Kaingang de Xapecó . (John Monteiro).
VILAÇA, Aparecida. Quem Somos Nós: os Wari’ encontram os brancos. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 2006, 608p . . Versão modificada de uma tese de doutorado defendida no Museu Nacional, este livro tem como “eixo etnográfico” os primeiros e os sucessivos encontros entre os Wari’ e os brancos em Rondônia. Fruto de uma profunda pesquisa etnográfica complementada por uma pesquisa documental, o livro enfoca a história a partir de uma análise fina das percepções nativas que, longe de estáticas ou defensivas, reposicionam questões relativas à identidade, alteridade e mudança, à medida que os “brancos” passam a ocupar um lugar permanente no cotidiano ameríndio. Ao se defrontar com a maneira pela qual os Wari’ minimizam ou mesmo tratam como positivos os sofrimentos e perdas causados pelos massacres e epidemias, a autora coloca uma questão muito importante para a história dos índios, qual seja a dissonância entre percepções sobre os sentidos da transformação que decorre das relações entre um grupo indígena e a sociedade ocidental. O livro é amplamente ilustrado com fotografias e desenhos; de especial interesse para a história são as fotos do arquivo diocesano de Guajará-Mirim, tiradas no início da década de 1960 . (John Monteiro).