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Imagem: Jean-Baptiste Debret.
Base John Monteiro
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RIBEIRO, Eduardo Magalhães - org. Lembranças da Terra: Histórias do Mucuri e Jequitinhonha. Belo Horizonte: Cedefes, 1994, 235p . . O livro reúne depoimentos de viajantes e moradores na região. No que diz respeito à temática indígena, há a notável narrativa de Domingos Ramos Pacó, um professor Botocudo (nascido em Itambacuri) que, em 1918, colocou no papel uma história do contato entre missionários e Botocudos a partir de uma perspectiva indígena: "Hámbric anhamprá ti mattâ nhiñchopón? 1918" (pp. 198-211), com comentário esclarecedor do organizador . (John Monteiro). |
SAMPAIO, Patrícia de Melo; ERTHAL, Regina de Carvalho - orgs. Rastros da Memória: Histórias e Trajetórias das Populações Indígenas na Amazônia. Manaus: Editora da Universidade Federal do Amazonas, 2006, 481p . . Fruto de um projeto integrado multidisciplinar, este livro reúne nove estudos originais, baseados em pesquisas documentais e num diálogo entre a história e a antropologia. O livro agrega, ainda, dois anexos documentais de grande utilidade, o primeiro oferecendo um repertório da legislação indigenista das províncias do Pará e Amazonas durante o Império, e o segundo reproduzindo uma seleção de ofícios manuscritos abordando as populações indígenas do Amazonas entre 1852 e 1865. Entre os estudos, destacam-se pela originalidade do material pesquisado os textos de Márcia de Souza e Mello sobre as ações de liberdade movidas por índios no Pará colonial; de Simei de Souza Torres sobre a negociação das fronteiras na esteira do Tratado de Santo Ildefonso; de Irma Rizzini sobre as crianças indígenas na Casa de Educandos Artífices em Manaus durante o II Reinado; de Patrícia Sampaio e Natália Albuquerque do Nascimento sobre os aportes demográficos das fontes eclesiásticas em Manaus imperial; e de Regina Erthal sobre a trajetória recente dos museus indígenas, com destaque para o Museu Magüta dos Ticuna . (John Monteiro). |
LÉRY, Jean de. Histoire d’un Voyage en Terre de Brésil. Paris: Librairie Générale Française, 1994, 670p . . Estabelecimento do texto, introdução e notas de Frank Lestringant. Edição de bolso ("Livre de Poche") baseado na segunda edição publicada em Genebra em 1580, esta é a versão definitiva do livro clássico de Léry, cuidadosamente anotada por Frank Lestringant. Esta versão inclui um prefácio de Claude Lévi-Strauss, apresentado em forma de entrevista, no qual o antropólogo sugere a leitura de Léry não como etnologia e sim como uma "grande obra literária". O organizador acrescenta, ainda, uma cronologia detalhada e uma bibliografia bastante útil. É importante notar que o cotejo desta edição com a principal versão traduzida para o português (por Sérgio Milliet) revela erros e lacunas significativas . (John Monteiro). |
BRIENEN, Rebecca Parker. Visions of Savage Paradise: Albert Eckhout, Court Painter in Colonial Dutch Brazil. Amsterdã: Amsterdam University Press, 2006, 288p . . A partir de uma perspectiva de história da arte, este livro proporciona o primeiro estudo de fôlego sobre a vida e obra do artista que acompanhou Maurício de Nassau e que nos legou um dos mais penetrantes registros visuais do século XVII, notável pelo seu olhar etnográfico. Após reconstituir a biografia do artista, a autora apresenta uma densa análise dos desenhos de história natural e dos quadros monumentais que retratam indígenas, africanos e mestiços, com destaque para um estudo detalhado sobre os retratos dos Brasilianen (brasilianos ou Tupi) e dos Tapuia. Além de chamar a atenção para aspectos temáticos e estilísticos pouco notados em estudos anteriores, a autora também investe numa análise do contexto mais amplo no qual estas obras se inseriram, contexto esse envolvendo a circulação de imagens e objetos numa ampla rede de trocas e de acumulação de saberes coloniais. Ver também a obra desta autora na seção Catálogos de Exposições e Coleções . (John Monteiro). |
APOLINÁRIO, Juciene Ricarte. Os Akroá e Outros Povos Indígenas nas Fronteiras do Sertão: políticas indígena e indigenista no norte da Capitania de Goiás, atual Estado do Tocantins, século XVIII. Goiânia: Editora Kelps, 2006, 276p . . Fruto de uma tese de doutorado defendida na UFPE, o livro abarca a atribulada história dos povos indígenas que, no século XVIII, enfrentaram o avanço da presença colonial na região do rio Tocantíns. A autora traz inúmeros aportes documentais que permitem elucidar o protagonismo de homens e mulheres Akroá, Karajá e Xakriabá (entre outros) nos embates violentos, na negociação de acordos de paz e na constituição de um espaço colonial para os índios. É de grande interesse a utilização de textos e depoimentos de obscuros estadistas, de sertanistas semi-analfabetos e de outros personagens que ilustram o encontro nem sempre feliz entre a política indigenista de Lisboa e as práticas locais do sertão. O livro inclui mapas ilustrados, com destaque para um manuscrito da Biblioteca Pública de Évora que mostra representações pictóricas de índios e aldeias . (John Monteiro). |
ADAMS, Cristina; MURRIETA, Rui; NEVES, Walter - orgs. Sociedades Caboclas Amazônicas: modernidade e invisibilidade. São Paulo: Annablume, 2006, 362p . . Fruto de um evento interdisciplinar realizado na USP em 2002, esta coletânea enfoca, numa chave crítica e multidisciplinar, o “campesinato histórico” da Amazônia. Vários textos problematizam de maneira instigante a relação entre a categoria “caboclo” e as sociedades indígenas. Para a temática da história indígena, são de especial interesse as discussões teóricas de Stephen Nugent e Henyo Barreto, bem como os estudos que evocam mais explicitamente processos históricos, de William Balée (enfocando a ecologia histórica em referência ao Ka’apor), Décio Guzmán (sobre a mestiçagem no Rio Negro durante os séculos XVIII e XIX) e Mark Harris (sobre o “modo de ser no tempo” dos ribeirinhos mestiços) . (John Monteiro). |
TADEU MOTA, Lúcio. As Guerras dos Índios Kaingang: A história épica dos índios Kaingang no Paraná, 1769-1924. Maringá: Editora da UEM, 1994, 275p . . Baseada numa ampla pesquisa documental, o livro narra os conflitos armados entre os Kaingang do oeste paranaense e diferentes agentes de ocupação territorial, desde a primeira expedição para Guarapuava até a "pacificação" no início do século XX. Preenche de forma admirável uma lacuna na historiografia regional, centrada nos mitos do "vazio demográfico" e da epopeia imigrante . (John Monteiro). |