APOLINÁRIO, Juciene Ricarte. Os Akroá e Outros Povos Indígenas nas Fronteiras do Sertão: políticas indígena e indigenista no norte da Capitania de Goiás, atual Estado do Tocantins, século XVIII. Goiânia: Editora Kelps, 2006, 276p . . Fruto de uma tese de doutorado defendida na UFPE, o livro abarca a atribulada história dos povos indígenas que, no século XVIII, enfrentaram o avanço da presença colonial na região do rio Tocantíns. A autora traz inúmeros aportes documentais que permitem elucidar o protagonismo de homens e mulheres Akroá, Karajá e Xakriabá (entre outros) nos embates violentos, na negociação de acordos de paz e na constituição de um espaço colonial para os índios. É de grande interesse a utilização de textos e depoimentos de obscuros estadistas, de sertanistas semi-analfabetos e de outros personagens que ilustram o encontro nem sempre feliz entre a política indigenista de Lisboa e as práticas locais do sertão. O livro inclui mapas ilustrados, com destaque para um manuscrito da Biblioteca Pública de Évora que mostra representações pictóricas de índios e aldeias . (John Monteiro).
ADAMS, Cristina; MURRIETA, Rui; NEVES, Walter - orgs. Sociedades Caboclas Amazônicas: modernidade e invisibilidade. São Paulo: Annablume, 2006, 362p . . Fruto de um evento interdisciplinar realizado na USP em 2002, esta coletânea enfoca, numa chave crítica e multidisciplinar, o “campesinato histórico” da Amazônia. Vários textos problematizam de maneira instigante a relação entre a categoria “caboclo” e as sociedades indígenas. Para a temática da história indígena, são de especial interesse as discussões teóricas de Stephen Nugent e Henyo Barreto, bem como os estudos que evocam mais explicitamente processos históricos, de William Balée (enfocando a ecologia histórica em referência ao Ka’apor), Décio Guzmán (sobre a mestiçagem no Rio Negro durante os séculos XVIII e XIX) e Mark Harris (sobre o “modo de ser no tempo” dos ribeirinhos mestiços) . (John Monteiro).
GUILLERMO, Giucci. Sem Fé, Lei ou Rei: Brasil 1500-1532. Rio de Janeiro: Rocco, 1993, 239p . . Enfocando o primeiro período de atividades coloniais no litoral brasileiro, o autor apresenta uma sugestiva discussão sobre o papel de náufragos e degredados naquilo que chama de "colonização acidental". Enfoca de maneira interessante as fontes do período, que dizem várias coisas sobre as primeiras relações entre europeus e índios . (John Monteiro).